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O advogado Wallace Martins pediu nesta segunda-feira (24) à Justiça do Rio de Janeiro habeas corpus para os manifestantes Caio Silva de Souza, 22 anos, e Fábio Raposo, 22 anos, acusados de terem lançado o rojão que atingiu e matou o cinegrafista Santiago Andrade.

Os dois estão presos preventivamente no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste. De acordo com o Tribunal de Justiça, o pedido pode ser julgado nesta terça-feira (25) à tarde.

Se concedido o habeas corpus, os dois réus serão soltos e, caso a decisão não seja revista, poderão aguardar o julgamento em liberdade.

Na semana passada, a Justiça do Rio recebeu a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra os dois.

Andrade foi ferido na Central do Brasil, durante manifestação contra o reajuste das tarifas de ônibus no dia 6 de fevereiro. Ele morreu quatro dias depois.

Júri popular

Com a decisão da Justiça, os dois deverão ir à júri popular para responder pelos crimes de homicídio triplamente qualificado - por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e emprego de explosivo - e por crime de explosão. As penas podem chegar a até 35 anos de prisão.

Martins pretende argumentar, na defesa dos manifestantes, que eles não tinham a intenção de matar o cinegrafista e, com isso, mudar a qualificação do crime de homicídio doloso (com intenção) para culposo (sem intenção). "Homicídio doloso é uma imputação excessiva neste caso", disse.

Em depoimento, Souza apontou o tatuador Fábio Raposo como o responsável por acender o rojão que matou o cinegrafista. Raposo disse que só falaria à Justiça.

Partidos

Souza disse ainda que "partidos que levam bandeiras [...] pagam os manifestantes" e afirmou já ter visto "bandeiras do PSol, PSTU e FIP (Frente Independente Popular)" nos protestos dos quais já participou, mas afirmou não saber detalhes sobre os pagamentos. Os partidos negaram financiar qualquer ato violento.

Ainda não há previsão de quando será o julgamento dos dois réus.

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