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As manifestações dos agricultores que pedem apoio do governo federal para superar a crise no setor devem se intensificar nesta terça-feira e prometem parar o Paraná. De acordo com a Federação da Agricultura (Faep), ocorrerão pelo menos 82 atos em todo o estado, mobilizando até 50 mil produtores rurais de cerca de 230 municípios. Os protestos serão maiores do que nos últimos dias porque representantes do setor têm marcadas para esta terça reuniões com congressistas e autoridades do governo federal, em Brasília.

Desde a tarde desta segunda-feira grupos de agricultores começaram a se organizaram para fechar estradas e fazer passeatas em todas as regiões do Paraná. Os atos também ocorrerão em outros estados, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. Durante a manhã, enquanto os produtores protestam, as entidades que os representam apresentarão os dados sobre as perdas das últimas duas safras para congressistas. Depois, serão recebidas por ministros e está prevista uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fazem parte da comitiva 12 governadores. O Paraná será representado pelo vice-governador, Orlando Pessuti.

Pedágios e rodovias

As praças de pedágio e os entroncamentos das principais rodovias do estado serão os pontos preferidos para as manifestações. Na região de Arapongas, por exemplo, a praça de pedágio que liga o município a Rolândia será fechada a partir das 8 horas. Em Cascavel, os agricultores farão no início da manhã desta terça-feira uma carreata com caminhões e máquinas agrícolas e fecharão as rodovias de acesso à cidade, incluindo a BR-277.

"Conseguimos fazer uma mobilização ampla, com apoio de diversos setores da sociedade", diz o presidente da Faep, Ágide Meneguette. "Queremos mostrar para o governo que os problemas no campo são muito graves." Ele explica que as entidades agrícolas levarão a Brasília uma pauta de assuntos já conhecidos pelo governo federal. Ela inclui o alongamento das dívidas dos produtores rurais, o cumprimento da legislação sobre o preço mínimo dos produtos e a reversão do processo de valorização do real ante o dólar.

Representantes das cooperativas farão parte da comitiva em Brasília. Elas dependem da negociação com o governo federal para reverter a queda na rentabilidade de seus negócios e para evitar os efeitos da falta de crédito para o plantio da próxima safra. De acordo com o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, serão pedidas medidas "estruturantes", além da ajuda emergencial para a rolagem da dívida. "Precisamos da desoneração dos insumos, como herbicidas e adubos, a garantia do preço mínimo e investimento em infra-estrutura", diz Koslovski.

O setor agrícola apresentará ao governo federal um pedido de ajuda amplo, com a renegociação de dívidas com prazos de até 20 anos e carência de três anos para o início dos pagamentos. O grande obstáculo para obter um aval em Brasília está na área da Fazenda. "Conversei com diversos ministros e com a diretoria do Banco do Brasil e eles se mostraram abertos às reivindicações", conta o vice-governador Orlando Pessuti. "Mas acho que haverá resistência no Ministério da Fazenda e no Banco Central." Pessuti destaca que o setor agrícola brasileiro acumulou perdas de quase R$ 30 bilhões no ano passado.

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