Uma manifestação de alunos e professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) contra a invasão do campus da instituição no Centro de Curitiba acabou em discussões acaloradas na noite desta quinta-feira (24) com os integrantes do movimento que tomou a universidade. Como os ânimos estavam exaltados e houve confrontos em noites anteriores, a Polícia Militar acompanhou a situação. Três equipes estiveram no local, mas duas já foram embora e apenas uma seguiu nas proximidades da UTFPR.
De acordo com os policiais que estavam no local, não houve agressão física nesta quinta. Os manifestantes que pedem a desocupação retiraram um cartaz do grupo contrário e isso teria deixado o clima tenso. O grupo pró-desocupação permanecia do outro lado da rua na Avenida Silva Jardim.
O prédio do campus central da UTFPR segue tomado em Curitiba desde a sexta-feira (18). A Justiça já autorizou a reintegração de posse na unidade, mas o mandado não foi cumprido pela Polícia Federal por falta de efetivo e equipamentos para a operação.
Segundo um dos organizadores do ato contra a invasão, o professor Roberto Cândido, do curso de Engenharia Elétrica, a iniciativa tem caráter pacífico, tanto que os manifestantes nem chegaram a se aproximar da entrada. “Repudiamos a violência. Ficamos em uma esquina e o grupo da ocupação em outro”, relata. Para Cândido, a ocupação da UTFPR não está sendo encabeçada por alunos da instituição.
O professor diz que se a UTFPR é um ambiente de debate e diversidade de ideias, só pode sustentar esse papel se estiver aberta ao público. “É impossível desempenhar isso com a universidade fechada por um grupo cerceando o direito de alunos terem aula, professores de ministrarem aulas e funcionários de trabalharem. Já estamos na iminência de não termos como rodar nossa folha de pagamento”, observa. Os manifestantes já se posicionaram contra a ocupação da UTFPR com outros tipos de protesto. Nessa semana, o grupo chegou a fazer uma aula ao ar livre, em frente à universidade.
Já advogado do grêmio da ocupação, Vitor Paes Leme, apresentou uma versão diferente para os fatos. Segundo ele, houve um princípio de briga e os agressores precisaram ser contidos pelos próprios manifestantes.