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Boeing desapareceu em 1979

José Marcos Lopes

O caso do Airbus A330 da companhia francesa Air France pode ser o segundo, em toda a história da aviação comercial, de uma aeronave que desapareceu e não foi mais encontrada. Até hoje, o único registro foi o desaparecimento de um boeing 707 cargueiro, da companhia brasileira Varig, em 1979. O avião decolou no dia 30 de janeiro de 1979, do aeroporto de Narita, no Japão, com destino a Los Angeles, nos Estados Unidos. A parada em solo norte-americano seria a única escala no voo com destino ao Aeroporto Internacional do Galeão (que teve seu nome trocado para Antonio Carlos Jobim em 1999), no Rio de Janeiro, onde pousaria no final da tarde do dia seguinte.

Cerca de 30 minutos depois da decolagem no sentido nordeste, sobre o Oceano Pacífico, os controladores deixaram de receber informações sobre a localização da aeronave. Os controladores tentaram então contato com a tripulação, sem sucesso. Cerca de uma hora depois, as equipes de salvamento foram acionadas, mas, devido à escuridão e ao mau tempo, a busca só começou 12 horas depois da decolagem. No cargueiro havia a tripulação de seis pessoas e cerca de 151 toneladas de carga – no meio da qual estavam 153 obras do artista plástico nipo-brasileiro Manabu Mabe, que haviam sido expostas no Japão. Até hoje não foram localizados destroços da aeronave, nem restos mortais dos tripulantes.

O número de mortes em acidente aéreos no mundo despencou nos últimos anos. Mas a América Latina continua com uma taxa de acidentes três vezes maior que a média mundial. Os dados são da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, pelas iniciais em inglês).

A América Latina terminou 2008 com um índice de acidentes aéreos pior que o da África e o segundo pior do mundo. Apenas os países da ex-União Soviética contam com taxas superiores. Na América Latina, foram 2,55 acidentes para cada milhão de voos. Em 2007, essa taxa foi de 1,6 na região. No mundo, o índice é de 0,81 acidente por milhão de voos.

Em 2005, a Iata lançou um programa de auditoria de empresas em termos de segurança e, entre seus associados, a taxa de acidentes foi de apenas 0,52 acidente para cada milhão de voos em 2008. A Air France já passou pelo teste e teria sua licença válida até 2011.

Em menos de dez anos, a taxa de acidentes caiu pela metade entre as empresas que formam parte da Iata. O número total de mortos caiu em 25% em apenas um ano. Entre as empresa brasileiras, a TAM já conta com o selo de qualidade da Iata.

Na entidade, cerca de 80 empresas passarão pelas auditorias até o final deste ano. Cerca de 20 delas podem ser expulsas da Iata. Em 2006, seis foram banidas. Em 2007, três foram excluídas.

Na América Latina, cinco acidentes com morte foram registrados em 2008 e a Iata alerta que a infraestrutura é ainda uma questão central. Segundo a associação, o processo de reforma é longo e o setor de segurança precisa passar por uma "transformação cultural".

Segundo os dados, 25% dos casos de incidentes se referem a problemas no pouso. Trinta por cento dos problemas tiveram relação com deficiência na gerência por parte da empresa aérea.

Air France

O desaparecimento do Airbus da Air France pode ser o maior acidente da história da companhia. Até então, a maior tragédia fora em 1962, quando um Boeing 707 que ia de Paris para Nova Iorque caiu logo após decolar do aeroporto de Orly, em Paris. Na ocasião, 130 dos 132 ocupantes morreram.

O último grande acidente envolvendo um avião da companhia foi em 2000, quando um Concorde que ia de Paris a Nova Iorque caiu e explodiu logo após a decolagem. Na ocasião, 113 pessoas morreram.

Nos anos 60, entre setembro de 1961 e junho de 1962, quatro acidentes com aviões de grande porte da companhia deixaram 450 mortos. Nos últimos 40 anos, incluindo as vítimas do Concorde, 128 morreram em acidentes da Air France.

A Air France-KLM é a maior companhia aérea do mundo em faturamento, com mais de 100 mil funcionários e cerca de 620 aeronaves em operação.

Airbus

A Airbus confirmou ontem que o desaparecimento da aeronave que fazia o voo 447 da Air France é o mais grave incidente da história do modelo 330 da aeronave. O modelo A-330 foi lançado em 1993 e, até o desaparecimento ocorrido no fim da noite de ontem, praticamente não havia passado por acidentes graves. O único acidente com mortes ocorreu em 1994, durante um teste realizado pela empresa. O A-330 sofreu outro incidente em 2001, quando ficou sem combustível, mas conseguiu pousar em um aeroporto e ninguém ficou ferido.

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