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Temendo que o antigo Campo Majoritário do PT retome o controle absoluto do partido como nos tempos pré-mensalão, outras correntes se uniram para minar seu poder de fogo nas eleições internas de dezembro.

Numa rara ação em bloco contra o grupo de Lula, elas aprovaram no Diretório Nacional uma regra que exclui da votação estadual e nacional as cidades onde não há diretórios municipais, só comissões provisórias. Pelas primeiras projeções, a manobra deixa de fora da sucessão petista 80 mil filiados – quase 10% de todo o eleitorado –, a maioria ligada ao antigo Campo. Apesar de não ameaçar o favoritismo do atual presidente, Ricardo Berzoini, a medida deve dar fôlego às minorias na composição da nova direção partidária.

Doeu – Dirigentes do antigo Campo Majoritário saíram atirando após a derrota no Diretório Nacional. "É um ato arbitrário de uma maioria eventual", diz Paulo Ferreira, secretário de Finanças do PT. Sabão – De Jarbas Vasconcelos (PE), por telefone, para o líder de seu partido, o PMDB, Valdir Raupp (RO), ao saber que havia sido sacado da CCJ do Senado: "Tinha o senhor na conta de um senador de compostura, mas agora vejo que não é". E desligou. De saída – PDT, PSB e PC do B ameaçam deixar o bloco do governo no Senado por ficarem de fora das reuniões de terça em que o PT decide a linha de atuação. "Somos bloco só para fazer número", diz Renato Casagrande (PSB-ES). Tartaruga – Por causa do feriado de sexta-feira, governistas da Câmara vêem poucas chances de votar a CPMF em 2.º turno ainda esta semana. A não ser, dizem, que o Planalto volte a retirar medidas provisórias que trancam a pauta. Régua 1 – Os últimos quatro assessores remanescentes do Núcleo de Assuntos Estratégicos, englobado pela Secretaria de Longo Prazo, de Mangabeira Unger, foram demitidos na sexta-feira passada. Eram três oficiais da reserva ligados ao coronel Oswaldo Oliva, ex-coordenador do NAE, e uma assessora. Régua 2 – A justificativa para as demissões é que, depois da "readequação" da secretaria para ministério extraordinário, não havia cargos de confiança suficientes para abrigar toda a estrutura do NAE. Mas Mangabeira aproveitou a chance para se livrar do grupo de Oliva, que deixou o posto logo no anúncio da criação da nova estrutura e se tornou assessor do Planalto.

Primo pobre – O governador Paulo Hartung (PMDB-ES) e seus aliados no Congresso se afastaram de Lula por causa do tratamento dispensado ao estado, em comparação com o vizinho Sérgio Cabral. Enquanto o Rio terá farta verba do PAC, o Espírito Santo recebeu R$ 600 milhões, dos quais só R$ 50 milhões são investimentos sem contrapartida. Ultimato – Prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins deu um mês para que auxiliares do primeiro escalão que pretendem disputar a eleição por um partido aliado deixem a administração. A petista tem amargado dissidências na base. Sinal amarelo – As primeiras pesquisas para a sucessão municipal em Florianópolis apontam altos índices de rejeição não só do atual prefeito, o tucano Dario Berger, como também de seus principais adversários, o casal Esperidião e Ângela Amin, do PP. ABC conflagrado – O ABC paulista, berço do PT, está em pé de guerra em razão da escolha dos candidatos do partido a prefeito. Em três cidades, as prévias foram antecipadas para este ano: Diadema faz a escolha neste mês, e Santo André e Mauá, em novembro. Plano B – O PSDB já estuda alternativas aos projetos de reeleição dos prefeitos tucanos de Jundiaí, Ary Fossen, e de Sorocaba, Vítor Lippi, que estão com avaliação em baixa.

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TIROTEIO

Do deputado CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), ex-petista, sobre o fato de Lula ter citado a alteração do nome do PFL para Democratas como prova de que "às vezes não é o parlamentar que muda, e sim o partido":

Sobre partidos que mudam, silenciosamente, de programa e postura, o presidente nada sabe?

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