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Apenas uma das quatro celas de carceragem no Santa Quitéria está em condições de abrigar presos. Delegado teme novas fugas | Rafael Neves/Gazeta do Povo
Apenas uma das quatro celas de carceragem no Santa Quitéria está em condições de abrigar presos. Delegado teme novas fugas| Foto: Rafael Neves/Gazeta do Povo

A carceragem do 9º Distrito Policial (9º DP), no bairro Santa Quitéria, segue em situação de insegurança após duas fugas nas duas últimas noites desde terça-feira (26). Apesar de a estrutura interna da carceragem estar comprometida e dezoito detentos continuarem confinados no local, nenhuma medida de segurança adicional foi tomada para evitar que haja uma nova fuga.

Nos últimos dois incidentes, agentes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Polícia Militar (PM) foram chamados para controlar os ânimos dentro da carceragem e recapturar presos que haviam escapado, mas o tempo de deslocamento das viaturas permitiu com que, no total, oito presos pudessem escapar sem serem encontrados. Eles continuam foragidos.

O delegado titular do 9º DP, José Sudário da Silva, explica que os presos são vigiados à noite apenas por dois plantonistas da própria delegacia. "Aqui não ficou PM, nem Cope, nem nada. Estamos com uma pressão pesada", reconheceu Sudário. Na unidade, não há agentes carcerários específicos para a função, de modo que os próprios policiais precisam cuidar dos detentos.

Sudário lamenta também a situação em que os detentos se encontram. Segundo ele, há quatro celas na delegacia, mas três estão interditadas após a destruição, de forma que todos os presos estão acumulados em um só xadrez. "Chegou a um ponto em que eles não têm um mínimo de espaço. Eles precisam se revezar até para dormir. A cada três ou quatro horas, uns se deitam enquanto outros fazem plantão de pé; depois trocam", narrou Sudário.

De acordo com ele, apenas reparos emergenciais devem ser feitos na estrutura para permitir que as outras celas voltem a ser usadas. "Não dá para falar em reforma. Vamos apenas consertar os ‘tatus’ [buracos junto à parede por onde os internos conseguiram escapar] e refazer a parte elétrica e hidráulica, mas as condições continuam precárias", lamentou. As obras, contudo, só devem ser finalizadas na segunda semana de dezembro.

Não há, segundo Sudário, garantir que novos transtornos não aconteçam. "O risco de haver fuga ainda é grande", avalia.

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