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Três das 11 casas do condomínio no Campo Comprido foram invadidas. Bandidos fugiram após um ser atropelado | Walter Alves/Gazeta do Povo
Três das 11 casas do condomínio no Campo Comprido foram invadidas. Bandidos fugiram após um ser atropelado| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

A polícia vai apostar na elaboração e divulgação de retratos falados dos integrantes da quadrilha que invadiu um condomínio residencial de luxo, no bairro Campo Comprido, em Curitiba, na manhã de quarta-feira (15). Cerca de dez homens participaram da ação, roubaram duas casas e fugiram em dois automóveis.

Nesta quinta-feira (16), uma equipe da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) foi até o residencial e ouviu testemunhas. As investigações, no entanto, seguem sob sigilo e poucas informações foram divulgadas. A polícia confirma que um banco de imagens foi levado até o condomínio, mas não informou se algum bandido foi identificado a partir das fotografias. Membros de três das 11 famílias que moram no residencial teriam visto os bandidos, além do porteiro e do caseiro.

"Neste momento, temos que preservar as investigações, por isso poucas informações sobre os trabalhos podem ser divulgadas. O que podemos garantir é que a polícia está trabalhando com total empenho", disse o delegado titular da DFR, Silvan Rodney Pereira.

O crime

Dez homens armados invadiram o residencial depois de terem sequestrado o filho de um empresário e o amigo dele. As vítimas foram rendidas próximo ao Parque Barigui e foram levadas ao condomínio, onde foram obrigadas a abrir o portão eletrônico para que o grupo entrasse.

Dentro do condomínio, os assaltantes renderam o porteiro e o caseiro e foram diretamente para a residência do pai da vítima. O empresário a mulher e neto dele (um bebê de dois meses), além da empregada doméstica, foram feitos reféns. Os bandidos roubaram oito relógios, um notebook e cerca de R$ 500, além de algumas joias.

Enquanto dois integrantes da quadrilha ficaram com a família, o restante do grupo circulou pelo residencial para roubar outras casas. Entretanto, um condômino que saía da garagem com uma caminhonete se assustou quando viu os bandidos e engatou marcha à ré, atropelando um dos assaltantes.

Segundo testemunhas, a caminhonete passou sobre as pernas do bandido, que ficou bastante ferido. O morador do condomínio foi retirado da caminhonete pelos assaltantes e chegou a ser atingido por uma coronhada na cabeça. Os bandidos obrigaram a vítima a levá-los à residência, onde teriam roubado equipamentos eletrônicos, joias, dinheiro e objetos pessoais. Entretanto, com um integrante da quadrilha ferido, o grupo interrompeu a ação e fugiu em dois Astras.

Detalhes da ação

De acordo com moradores do condomínio, os assaltantes ficaram por cerca de 25 minutos dentro do residencial. Todos estariam armados com pistolas e equipados com rádios, por meio dos quais se comunicavam entre si. Pelo menos dois aparelhos estariam sintonizado na frequência da polícia.

Apesar da ação, os bandidos não teriam sido violentos. O único relato de agressão foi a coronhada na cabeça do condômino que dirigia a caminhonete. Os assaltantes foram descritos como tranquilos e não usavam máscaras. As câmeras de segurança do residencial foram roubadas pelo grupo.

Outros casos

No feriado de Páscoa do ano passado, oito apartamentos de luxo foram arrombados em Curitiba, enquanto os donos estavam viajando. Em um prédio da Avenida Sete de Setembro, no Batel, sete apartamentos foram invadidos, e os bandidos levaram o equivalente a R$ 1milhão. O outro apartamento assaltado fica em um edifício da Rua Reinaldino de Quadros, no Alto da XV, onde cerca de R$ 200 mil foram roubados em joias e dinheiro.

Um dos casos mais emblemáticos aconteceu em julho de 2003, quando um grupo de pelo menos 30 homens invadiu o condomínio de luxo Palais Lac Leman, no bairro Ecoville. Na ocasião, os bandidos estavam armados com metrolhadores, fuzis, escopetas e até granadas e assaltaram 19 dos 23 apartamentos do residencial. Cerca de 60 pessoas ficaram trancados no salão, enquanto as residências eram roubadas.

Em São Paulo, no entanto, essas ações são mais frequentes. Neste ano, já foram 14 casos de "arrastões" em condomínios. O último foi registrado no dia 8 de setembro, quando um grupo invadiu um edifício e rendeu cinco pessoas. Foram roubados R$ 1,1 mil, joias, pertences pessoais e um carro.

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