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Os casos de arrombamentos de residências aumentaram, nas últimas semanas, no bairro Boqueirão, em Curitiba. Os crimes são cometidos quando os moradores não estão nas casas e, na maioria dos casos, os bandidos levam tudo o que conseguem carregar. De acordo com a polícia, bandidos que atuavam no tráfico de drogas estão migrando para esta prática criminosa.

A Gazeta do Povo ouviu três vítimas de arrombamentos, que ocorreram nos últimos dez dias. No dia 20 de outubro, a casa da bancária Ivanilce Miria Pastro foi vítima do golpe. De acordo com ela, o crime foi cometido no período da manhã, quando bandidos arrombaram a porta da sala e abriram o portão elétrico. "Levaram tudo: máquina de lavar, televisão, vídeo cassete, máquina fotográfica, aparelho de DVD, sapatos, perfumes, roupas. Até enfeites das estantes e quadros foram furtados", conta.

De acordo com a vítima, nenhum vizinho percebeu a ação dos bandidos. Apesar de cuidar da segurança da casa, a bancária se sente insegura. "Minha casa tem grade alta, portão elétrico e mesmo assim foi furtada. Tudo isso nos deixa muito preocupados", disse.

A servidora da Receita Federal, Eliana Tonelini de Paiva, também teve a casa invadida pelos ladrões. O procedimento foi parecido: o portão foi retirado dos trilhos e as portas da sala e da sacada foram arrombadas. Foram levados uma televisão de 50 polegadas, uma máquina de lavar e um notebook, além de outros objetos. "A lei é muito benéfica com os bandidos. Se a polícia prende, no dia seguinte, eles estão à solta", reclama.

O último caso ocorreu na manhã de quinta-feira (28), quando a residência de uma proprietária de petshop teve a casa invadida pelos arrombadores, que também fugiram levando equipamentos eletrônicos e pertences pessoais. "Casos não faltam, tem mais duas vizinhas minhas que também tiveram as casas arrombadas", conta Eliana. Pela dimensão física dos produtos furtados, as vítimas acreditam que os arrombadores usem um veículo de grande porte para fazer o transporte.

Todos os casos foram registrados no 7º Distrito Policial (DP). O delegado Clóvis Galvão Gomes disse que a polícia percebeu o aumento da ocorrência deste tipo de delito e que solicitou um levantamento, para avaliar a dimensão dos crimes. Ele acredita que esta modalidade venha sendo cometida por bandidos que atuavam no tráfico de drogas e que migraram de prática.

"Estamos realizando ações muito efetivas no combate ao tráfico nesta região. Então, os traficantes acabam mudando o foco de ação e vão cometer outros delitos", disse o delegado. Embora casos de arrombamentos sejam encaminhados à Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), o 7º DP pretende desenvolver uma ação específica para combater este tipo de crime.

Dicas

O delegado titular da DFR, Silvan Rodney Pereira, apontou que alguns cuidados podem ser tomados pelos moradores, para evitar que as residências sejam alvo dos bandidos. O policial orienta os vizinhos a formarem uma espécie de rede, em que um esteja atento à casa do outro. "Se a pessoa souber que o vizinho não está em casa, em caso de qualquer movimentação suspeita, ele pode avisar a polícia", disse.

Pereira afirma que cães de guarda, devidamente supervisionados, também são boas alternativas para dificultar a ação dos bandidos, assim como a adoção de recursos tradicionais, como grades elevadas, alarmes e contratação de seguranças habilitados.

São José dos Pinhais

Nesta semana, a Gazeta do Povo havia mostrado que os casos de arrombamentos de residências estão preocupando moradores de São José dos Pinhais, região metropolitana, especialmente nos bairros Pedro Moro e Centro. De acordo com a polícia, nesta semana, uma quadrilha de arrombadores foi presa naquela cidade. O grupo teria feito mais de 150 vítimas.

Na quinta-feira, a DFR divulgou a foto de um arrombador de residências, que foi preso no dia 10 de outubro, em Florianópolis. De acordo com a polícia, a quadrilha também agia em Curitiba e região metropolitana.

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