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O procedimento é sempre o mesmo. Bandidos monitoram a rotina de moradores de residências e, em horários em que não há ninguém, arrombam as casas e levam tudo o que conseguem transportar, sobretudo joias e equipamentos eletrônicos. Casos como estes têm se tornado cada vez mais comuns em São José dos Pinhais, região metropolitana, especial nos bairros Centro e Pedro Moro, e têm preocupado moradores.

A ousadia dos criminosos é tanta, que, nesta semana eles chegaram a usar um caminhão-baú em uma das ações. Por volta das 13 horas da terça-feira (26), uma quadrilha arrombou a porta da sala da casa da assessora de comunicação Tânia Jeferson, no bairro Pedro Moro. Os bandidos arrebentaram o cadeado, tiraram o portão dos trilhos e estacionaram o caminhão em frente à residência. O furto só não foi concluído, porque o marido dela chegou do trabalho e flagrou os bandidos. "Os assaltantes que estavam dentro da minha casa fugiram pelos fundos. Um homem que estava no caminhão arrancou com o veículo", contou Tânia.

Com medo, ela não foi trabalhar nesta quarta-feira (27) e, para sua surpresa, os bandidos voltaram para tentar concluir o furto. Entretanto, depois de estacionarem o caminhão, eles constataram que havia gente em casa e bateram em retirada. "Um adolescente integra a quadrilha. Eu o vi espiando por cima do muro e passando sinais aos assaltantes que estavam no caminhão", disse.

Há aproximadamente um mês, a casa de um músico, no bairro Pedro Moro, também foi alvo dos criminosos. Vizinhos perceberam que dois homens suspeitos estavam dentro da residência e telefonaram para a mãe dele, que o avisou. O homem acionou a Guarda Municipal, que chegou ao local quando os bandidos retiravam equipamentos eletrônicos para a garagem da casa. Os assaltantes conseguiram fugir, levando uma mochila e uma flauta transversal.

Em setembro, a estilista Camila Nickel já havia sido vítima de uma ação semelhante. Ela estava em casa com o marido, no Centro, quando dois homens invadiram a residência, pensando que não havia ninguém no local. Quando o marido de Camila ouviu o barulho, foi averiguar do que se tratava e chegou a ver o arrombador pulando o muro, levando uma máquina digital, avaliada em R$ 1 mil. "Minha casa tem dois pitbulls e nem isso assusta os bandidos. Não sabemos mais o que fazer para nos sentir seguros", disse.

Outro caso ocorrido em julho, no Centro, foi mais violento. Bandidos chegaram em dois carros, renderam uma mulher e os dois filhos na porta de casa e mantiveram-nos como reféns. Os assaltantes fugiram roubando mais dois carros e equipamentos eletrônicos da residência.

Polícia anuncia prisão de quadrilha e anuncia reforço

A Delegacia de São José dos Pinhais informou que, até o fim da tarde desta quarta-feira, o primeiro arrombamento relatado nesta matéria não havia chegado ao distrito. Na terça-feira, a polícia anunciou a prisão de uma quadrilha especializada em arrombar residências. Segundo o delegado Osmar Dechiche, seis homens e uma mulher foram detidos, no bairro Jardim Ipê.

O grupo é acusado de ter feito cerca de 150 vítimas. Com eles, foram apreendidos três carros – um Polo, um Astra e um Clio – que seriam usados nas ações criminosas, além de diversos aparelhos que haviam sido furtados das residências. Na tarde desta quarta, uma família de Colombo, região metropolitana, estava na delegacia, onde reconheceu objetos que haviam sido levados pelos bandidos e que foram recuperados pela polícia.

"Também estávamos monitorando a quadrilha que foi presa e apresentada na terça-feira, pela Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo. Aquele grupo pode ter atuado aqui em São José dos Pinhais", disse o delegado.

A Delegacia não apresentou dados estatísticos, mas segundo o delegado os casos de furtos a residências não estão oscilando na cidade e não é possível falar em uma onda de arrombamentos. Ainda assim, a polícia anunciou uma operação especial, que será realizada durante as férias – entre novembro ao fim de janeiro – para coibir este tipo de ação. "É uma época que merece atenção, porque há mais dinheiro circulando, o que chama a atenção dos bandidos. Além disso, o clima é mais propício para que as pessoas saiam de casa", disse.

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