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Maoria das vítimas da violência, em Curitiba e região metropolitana, é homem com idade entre 18 e 30 anos | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Maoria das vítimas da violência, em Curitiba e região metropolitana, é homem com idade entre 18 e 30 anos| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Panorama

Violência em queda pela 4ª vez

Os índices de violência seguem em queda no segundo semestre deste ano. O número de crimes cometidos por arma de fogo, arma branca e agressão física registrado em Curitiba e região metropolitana caiu pelo quarto mês consecutivo (de julho a outubro), segundo levantamento da Gazeta do Povo, baseado nos boletins emitidos diariamente pelo Instituto Médico-Legal (IML).

No mês de outubro, em comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma queda de 9,7%. Do dia 1º de outubro até as 20 horas de ontem foram 149 mortes, contra 165 do ano passado. Em julho, a diminuição foi de 25%; em agosto de 3%; e em setembro as estatísticas apontaram uma redução de 20% nas mortes violentas cometidas, em relação aos mesmos meses do ano passado.

Para o secretário municipal de segurança pública de São José dos Pinhais, Marcelo Jugend, o quadro já demonstra uma tendência no declive da violência. Uma das hipóteses apontadas por ele é decorrente do aumento do poder aquisitivo da população. "É evidente que a inclusão social melhora os índices de criminalidade. Quando há prevenção, o gasto futuro com saúde e segurança pública se dilui."

Perfil

Em outubro, o número de mortes por arma de fogo aumentou em 32%, em relação do mês passado. O perfil das vítimas da violência tem sido de homens (124), com idade entre 18 e 30 anos (66). (AP)

Ao sair do trabalho, o montador de móveis Thiago Lamar Viol, 17 anos, acreditou que a noite do último dia 22 seria igual a tantas outras. O adolescente não esperava sentir de perto a violência que tanto ouvia falar. Quando buscava a namorada, de 14 anos, e o irmão dela, de 11 anos, em casa, na Vila Americana (Sítio Cercado), dois jovens chegaram (um deles em uma bicicleta) e abordaram os três. Ao ouvir que era um assalto, Viol prontamente entregou a pequena bolsa que tinha em mãos.

Para dificultar, a luz da casa da namorada estava apagada e a iluminação pública da rua era precária. Mesmo não tendo reação, ele levou um soco no rosto. Quando foi empurrado, ouviu de um dos assaltantes: "dá um tiro nele". Foram segundos de pavor, até ouvir o estampido que passou de raspão no braço, mas causou a perfuração dos pulmões e do fígado.

Os assaltantes fugiram sem levar a mochila e o celular que o trio tinha. "Não sentia nada, não tinha dor. Só percebi que tinha levado um tiro quando levantei do chão e vi minha namorada gritando", diz ele.

O saldo de uma violência que durou não mais do que cinco minutos, conforme Viol, foi uma cirurgia de emergência e uma internação que já dura seis dias. Para o médico que o atende, Carlos Naufel Júnior, no Hospital Evangélico, o rapaz chegou em estado grave, com lesões no pulmão, no fígado, no diafragma e em choque pela quantidade de sangue perdida. Ao sair do hospital, segundo o médico, Viol terá uma diminuição no condicionamento respiratório. Com fisioterapia, porém, deverá estar recuperado em um ano. "O fato de ele ser jovem, não ser usuário de drogas, não fumar e não beber ajuda muito na sua recuperação", afirma o médico.

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