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Curitiba – Depois de prestar depoimento e ficar preso cerca de 11 horas na Polícia Federal (PF), em Curitiba, Amauri Escudero, assessor do deputado federal Luiz Carlos Hauly, saiu em liberdade no fim da tarde de ontem. Ele classificou a sua prisão feita pela manhã de um "grande mal-entendido" e disse ter pedido a representantes da PF e do Ministério Público investigações sobre irregularidades em Itaipu Binacional levantadas pelo gabinete de Hauly desde 2004.

O superintendente da PF no Paraná, Jaber Saadi, justificou o mandato de prisão de Escudero pelo não comparecimento do assessor parlamentar a intimações anteriores para depor. Como Escudero estava no aeroporto internacional de São José dos Pinhais na última terça-feira, quando o economista e ex-funcionário de Itaipu Laércio Pedroso foi preso na Operação Castores da PF, com uma mala com 64 quilos de documentos, expedida para Brasília em nome de Escudero, o assessor passou a ser um dos suspeitos de ter vazado documentos confidenciais da Binacional para Laércio. "Ele foi preso por não ter comparecido às intimações. Como já deu seu depoimento, foi liberado", esclareceu o superintendente.

Agentes da polícia afirmaram que Escudero pode ser indiciado no artigo 325 do Código Penal, por violação de sigilo funcional – caso seja comprovada a sua participação na divulgação de material sigiloso da Hidrelétrica – e por interceptação telefônica criminosa.

"Eles me perguntaram sobre o vazamento de uma gravação da conversa telefônica entre Tony Garcia e o advogado Roberto Bertholdo divulgada no dia 8 de março deste ano pela revista Veja, onde se fala em um desvio de US$ 6 milhões em um contrato de Itaipu com a Siemens. Estou tranqüilo, não tenho nada a ver com isso e, se me indiciarem, vão ter de provar", se defendeu Escudero. "Quanto aos documentos, não encaminhamos a ninguém nenhum papel que não fosse público e nós vamos provar isso", acrescentou.

"Preso político"

O deputado Hauly, ao saber da notícia, declarou que, se Escudero ficasse preso, seria um "preso político". Quanto a uma matéria publicada no último sábado no jornal Correio Braziliense, em Brasília, com a transcrição de uma conversa telefônica entre Escudero e o engenheiro Luiz Geraldo Tourinho Costa, também detido na Operações Castores, com insinuações do envolvimento do assessor com a suposta quadrilha de Laércio, Hauly foi enfático. "Não fizemos nada de ilegal. Toda essa ação foi lamentável, penso que a PF e o Judiciário foram precipitados. O que temos em Brasília são nove caixas de documentos da Binacional que estamos investigando para entregar aos órgãos competentes", disse.

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