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Com a força da explosão, peças do caixa eletrônico foram arremessadas a 30 metros: seis carros seriamente danificados | Anderson Tozato/Tribuna do Paraná
Com a força da explosão, peças do caixa eletrônico foram arremessadas a 30 metros: seis carros seriamente danificados| Foto: Anderson Tozato/Tribuna do Paraná

Ataques a caixas eletrônicos em Curitiba e região metropolitana

- em 2011: foram 49 ataques

- em janeiro de 2012: foram 10 ataques

Fonte: Sindivigilantes

A análise dos dez ataques a caixas eletrônicos ocorridos neste ano em Curitiba e região metropolitana (RMC) revela uma realidade preocupante: a ação dos bandidos ganhou contornos mais violentos. Se antes as ações ocorriam na calada da noite, agora as quadrilhas têm atacado à luz do dia, mantendo pessoas reféns. O enredo conta ainda com o uso de armas longas e detonação de carga excessiva de explosivos. Na segunda-feira (15), duas funcionárias de um shopping automotivo ficaram feridas.

"No ano passado, as ações eram furtos: ocorriam quando não tinha ninguém nos estabelecimentos. Os ataques evoluíram para assaltos, com reféns e ações planejadas, com um risco maior para as pessoas", disse o delegado Guilherme Rangel, adjunto da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), unidade que investiga os crimes ocorridos na capital.

Os alvos deixaram de ser apenas as agências bancárias. Estabelecimentos como mercados, lojas e pequenos shoppings entraram na mira dos bandidos. Os ataques passaram a ocorrer no início da manhã, quando essas unidades se preparam para abrir. Foi assim nos dois últimos casos: no Auto Shopping Curitiba e em um mercado em Campo Magro, na região metropolitana. Em ambos, bandidos renderam funcionários e detonaram os terminais eletrônicos.

As investigações revelam o preparo das quadrilhas. Segundo o delegado Ireneu Portes, que investiga a explosão registrada em Campo Magro, os bandidos portavam armas longas, como espingardas calibre 12 e fuzis. O delegado Guilherme Rangel explica que esse tipo de armamento é usado por bandidos que ficam do lado de fora dos estabelecimentos, dando cobertura ao ataque. "O perigo não está só do lado de dentro. Está também do lado de fora, porque se alguma coisa der errado, pode haver vítimas", aponta.

De acordo com a polícia, mais de uma quadrilha está em atuação, praticando este tipo de crime. Há indícios de que bandidos de outros estados estejam participando das ações. Em um ataque ocorrido em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, na semana passada, foi usado um veículo que havia sido furtado em Santa Catarina.

Dinamite

Para a polícia, a mudança de perfil nos ataques e o aumento das explosões de caixas eletrônicos está diretamente relacionado ao roubo de dinamites de pedreiras. Em meados do ano passado, um paiol não regularizado em Almirante Tamandaré, na região metropolitana, foi roubado. No fim do ano, bandidos roubaram pedreiras de Campo Magro, região metropolitana, e em Joinville, em Santa Catarina.

"Se as quadrilhas não estão envolvidas diretamente no roubo desses explosivos, elas estão associadas a outros grupos que fizeram esses assaltos em que as dinamites foram roubadas", avalia Rangel.

Como não são especilistas em explosivos, os bandidos agem por tentativa e erro. Em alguns casos, a carga excessiva de dinamite chegou a danificar a estrutura dos prédios.

Investigações

A DFR analisou imagens das câmeras de segurança, levantou dados periciais coletados nos locais onde os caixas foram explodidos e cruzou as informações com dados apurados pelo serviço de inteligência. Segundo Rangel, as investigações estão adiantas e suspeitos já foram identificados pela polícia. Na tarde desta terça-feira (17), a DFR fez diligências, apurando denúncias de que uma residência em Curitiba guardava explosivos. "Apesar das investigações, as informações repassadas pela população são importantíssimas. As denúncias podem ser enviadas pelo telefone (41) 3218-6100", disse.

O Centro de Operações Polícias Especiais (Cope), grupo de elite da Polícia Civil, também entrou nas investigações e vai prestar apoio às apurações. O delegado Alexandre Macorin, chefe do Cope, informou que recebeu o inquérito e que está estudando os casos. "O serviço de inteligência vai ser decisivo nas investigações. A polícia está fechando o cerco aos bandidos e vamos prender essas quadrilhas", prometeu Macorin.

Últimos casos

Nesta terça-feira, o décimo ataque com dinamite a caixas-eletrônicos em Curitiba e região metropolitana foi registrado. Um mercado de Campo Magro foi invadido por quatro homens armados, que renderam três funcionários e o proprietário. Os bandidos detonaram o terminal eletrônico, com uma carga de explosivos. Os vidros foram estilhaçados e o teto sofreu um rombo. A quadrilha fugiu, levando o dinheiro.

Na segunda-feira, um shopping automotivo foi vítima de duas ações. Na segunda delas, os criminosos renderam um porteiro e entraram com ele no prédio. Do lado de dentro, eles renderam funcionários e dois vigilantes de uma empresa de segurança. O caixa eletrônico foi explodido com dinamite, ferindo duas funcionárias e danificando carros. O grupo fugiu em seguida.

Veja as imagens do caixa eletrônico explodido em Curitiba, na segunda-feira (16).

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