Atingidos pela chuva terão de esperar verba

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São Paulo e Teresina - É inútil enviar dinheiro agora para reconstruir os estados nordestinos atingidos pelas enchentes, já que as cidades ainda estão "debaixo d’água" e é impossível aplicar os recursos. É o que afirma o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Segundo ele, até uma medida emergencial, como a liberação de R$ 300 por família para retirá-las de abrigos e custear o aluguel de moradias, é inócua, porque é "difícil encontrar casa para alugar nesta situação".

No entendimento de Geddel, responsável pela Defesa Civil, a solução definitiva dos problemas causados pelas chuvas não depende só do Estado, mas também das pessoas que assumem o risco de viver em áreas impróprias, como encostas e margens de rios.

"É preciso um trabalho de convencimento (para retirá-las) que não é fácil. As pessoas não querem sair (de áreas de risco). Teve um caso em Salvador em que a tevê já estava preparada para flagrar a encosta cair. Era evidente, mas as pessoas que moravam em cima se negavam a sair", diz.

Ontem, Geddel participou de uma reunião com o governo da Paraíba para avaliar a situação das cidades mais atingidas no estado, onde duas pessoas morreram e mais de 6 mil estão fora de casa em razão das chuvas iniciadas em abril.

Com dificuldade de acesso a muitas cidades atingidas, as defesas civis dos estados ainda não conseguiram realizar uma avaliação ampla dos prejuízos causados pelo excesso de chuva.

O relatório com a descrição dos estragos deve ser elaborado pelos municípios para que o governo federal libere verbas destinadas à reconstrução. Hoje, o ministro Geddel se reúne em Natal (RN) com todos os governadores do Nordeste.

Piauí

A chuva deu trégua ao Piauí depois de cinco dias de estragos.O alerta total é quanto aos riscos à saúde da população atingida e ao desabastecimento de combustível em Teresina.

Depois de desabrigar 59 mil pessoas no estado, deixar cidades isoladas e um rastro de estragos, as águas dos principais rios começaram a baixar. Em Teresina, que concentra a maior quantidade de atingidos (mais de 13 mil), as águas do Rio Poti aos poucos retornam ao seu leito. Ontem, equipes da prefeitura passaram o dia removendo o barro que, em algumas vias, chegou a formar camadas de 40 centímetros de espessura.