• Carregando...

A Secretaria Municipal de Saúde vai investigar se houve falhas no atendimento a uma mulher de 57 anos, que morreu na segunda-feira (21) depois de esperar mais de 14 horas por uma vaga no Hospital Evangélico de Curitiba. A mulher havia sido levada ao Centro Municipal de Urgências Médicas (CMUM) do bairro Sítio Cercado, mas, por se tratar de um caso grave, precisava ser transferida para um hospital onde pudesse receber atendimento especializado.

"Determinei que fosse instaurada uma auditoria para avaliar as condições de atendimento que a paciente recebeu", disse o secretário Adriano Massuda.

A paciente – que não teve o nome divulgado – deu entrada no CMUM por volta das 9h30 de segunda-feira, com complicações decorrentes de uma cirurgia a qual havia sido submetida 20 dias antes, contra um câncer no intestino. Médicos do CMUM fizeram vários contatos com o Hospital Evangélico, tentando uma vaga para que a paciente pudesse ser transferida. Segundo a Secretaria de Saúde, o hospital teria se negado a receber a mulher, alegando que não havia condições de prestar o atendimento. Ela morreu às 23h40, em um leito do CMUM.

A investigação será realizada pela comissão de controle, avaliação e auditoria da Secretaria Municipal de Saúde. Ainda não há um prazo para que os trabalhos sejam concluídos. Segundo o secretário, se houve falha, não foi por parte da equipe do CMUM.

"Era um caso grave e a paciente precisava de atendimento hospitalar. O CMUM prestou o atendimento que lhe coube. Mas não vou entrar em maiores detalhes. Prefiro aguardar a auditoria para comentar o caso", disse Massuda.

O Hospital Evangélico informou que, como atende vários pacientes por dia, não seria possível saber o que houve sem a identificação da paciente. O setor de urgência e emergência do hospital estava fechado, por conta da greve.

Por enquanto, ninguém deve ser responsabilizado criminalmente pela morte da paciente. Segundo o delegado Marco Antonio de Góes Alves, do 10º Distrito da Polícia Civil, nenhum familiar registrou a ocorrência na delegacia, responsável pelo bairro. Se o caso for levado à polícia, o delegado explicou que investigará uma eventual omissão de socorro.

"É um crime doloso [em que o agente o comete com a intenção de fazê-lo]. Vamos ter que investigar se o atendimento foi negado e o porquê. Mas depende de a família [da paciente] fazer o registro, o que ainda não foi feito", reiterou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]