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Das 228 pessoas que estavam a bordo do Voo 447, 58 seriam brasileiros, segundo a Air France | Reuters
Das 228 pessoas que estavam a bordo do Voo 447, 58 seriam brasileiros, segundo a Air France| Foto: Reuters

Comitiva italiana que visitou Piraquara estava no voo

Três passageiros que estavam no voo 447 da Air France eram italianos que estiveram em uma missão oficial na cidade de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, na última semana. De acordo com Ivanor Minatti, presidente da organização não-governamental Circolo Trentino di Curitiba, a delegação, composta pelo diretor-geral da Trentini Nel Mondo, Rino Zandonai, pelo deputado Giovanni Lenzi e pelo prefeito da cidade de Canal San Bovo, Luigi Zortea, embarcou às 16h05 do domingo (31) no Aeroporto de Florianópolis (SC) em uma aeronave da TAM com destino ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, onde fez conexão com o voo 447, às 19 horas.

O grupo chegou a Curitiba no dia 23 e ao longo dos dias foi recebido pelo governador em exercício Orlando Pessutti, pelo prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, e pelo presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Stênio Jacob, além de representantes da Circolo Trentino di Curitiba, entidade que busca estreitar os laços entre a comunidade brasileira de descendentes da região de Trento, na Itália, com o país de origem. No sábado, a delegação assinou um acordo de irmandade entre oito municípios da região trentina com a cidade de Piraquara. No domingo, embarcou no voo que os levaria para Paris, na França.

O presidente da Circolo Trentino di Curitiba, que acompanhou os italianos durante toda a viagem oficial, conta que ainda conversou com o grupo pouco antes do embarque no Rio de Janeiro. "Deixei-os no Aeroporto de Florianópolis e depois liguei para eles para confirmar se não havia nenhum atraso", lembra Minatti. "Eles estavam muito felizes com o acordo assinado em Piraquara", conta. Nesta segunda-feira, Minatti deve embarcar para a Itália para prestar condolências às autoridades do país.

Célio Yano

  • Da esquerda para a direita entre o círculo, os três passageiros do voo AF 447: Luigdi Zortea, prefeito de Canal San Bovo; Rino Zandonai, diretor da Associação Trentinos no Mundo (no centro); e Geovanni Batistta Lenzi, deputado da Província Autônoma de Trento
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Novo balanço da companhia Air France dá conta de que há 58 passageiros brasileiros e 61 franceses a bordo do Airbus que ia do Rio de Janeiro a Paris e desapareceu no caminho sobre o Oceano Atlântico.

Segundo a companhia, também estariam a bordo 73 passageiros franceses, 18 alemães, 9 italianos, 6 americanos, 4 húngaros, 5 chineses, 2 espanhóis, 2 ingleses, 2 marroquinos, 2 irlandeses, 1 angolano, 1 belga, 1 turco, 1 norueguês, 1 russo, 1 eslovaco, 1 austríaco, 1 argentino, 1 polonês, 1 romeno, 1 sueco, 1 islandês e 1 filipino.

Entre os 12 tripulantes, havia brasileiros e franceses, ainda segundo a empresa.

Divergências

Mais cedo, relação divulgada pela Air France no Rio informava que havia 80 passageiros brasileiros no voo AF 447, que tem 228 pessoas a bordo -216 passageiros e 12 tripulantes.

Entre os 12 tripulantes, havia brasileiros e franceses, ainda segundo a empresa. A Polícia Federal do Brasil informou que há 52 brasileiros a bordo -51 passageiros e um tripulante, segundo a Anac.

Segundo Borloo, além dos brasileiros, há entre 40 e 70 franceses e 20 alemães. Fontes da imprensa também citam seis dinamarqueses, cinco italianos, três marroquinos e dois libaneses, mas ainda não há confirmação oficial. O premiê britânico, Gordon Brown, disse temer que haja britânicos a bordo.

O voo AF 447, que levava 216 passageiros e 12 tripulantes, segundo a empresa, deveria ter pousado às 6h10 (horário de Brasília) no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Anteriormente, a empresa havia informado sobre a presença de 15 tripulantes.

Entre os 216 passageiros, há um bebê, sete crianças, 82 mulheres e 126 homens. A companhia disse que a aeronave estava em uso desde 2005, tinha 18.870 horas de voo e passou por manutenção técnica pela última vez em 16 de abril.

A companhia Air France informou que o avião mandou uma mensagem automática às 2h14 GMT desta segunda-feira (23h14 de domingo em Brasília) avisando sobre uma pane elétrica.

O aviso teria sido mandado depois que o avião comercial, um Airbus 330-200, atravessou uma área de tempestade, em que enfrentou forte turbulência.

François Brousse, diretor de Comunicação da empresa, disse em Paris que a hipótese "mais provável" é que a aeronave tenha sido atingida por um raio.

O diretor-executivo da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, disse que possivelmente se está "diante de uma catástrofe aérea".

Parentes de passageiros estavam sendo encaminhados para uma área especial do aeroporto Charles de Gaulle.

A Air France repassou ao Bureau de Investigação e Análises para a Segurança de Aviação civil , organismo responsável na França pelas investigações técnicas sobre acidentes e incidentes da aviação civil, e para a Airbus, fabricante do avião, as informações que tem em seu poder sobre o desaparecimento.

A fabricante de pneus Michelin informou que três executivos, entre eles o presidente da empresa na América do Sul, estão no avião. A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a montadora Renault, localizada em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, para saber se algum funcionário estaria no voo. A empresa descartou essa hipótese pois os executivos da empresa viajam com aviões que partem de aeroportos de São Paulo.

Buscas

O voo, que partiu do Rio às 19h03 do domingo, segundo a Air France, e às 19h30, segundo a Aeronáutica, fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III) a 565 km de Natal, informando que entraria no espaço aéreo de Dacar, no Senegal, às 23h20 de Brasília, segundo a Aeronáutica. Às 22h48 (horário de Brasília), quando a aeronave saiu da cobertura do Cindacta, as informações indicavam que a aeronave voava normalmente a 11 quilômetros de altitude e a uma velocidade de 840 quilômetros por hora.

Os controles aéreos civis brasileiro, africano, espanhol e francês tentaram estabelecer contato com o voo, mas não obtiveram sucesso.

Três aviões da Força Aérea Brasil e três navios da Marinha já começaram as buscas pelo avião . Segundo o assessor de imprensa da Aeronáutica, coronel Henry Munhoz, as buscas foram iniciadas ao nascer do sol. "Aeronaves da Força Aérea Brasileira, a partir de Fernando de Noronha, no sentido de Paris, buscam a aeronave desaparecida", disse Munhoz.

Segundo o coronel, o avião não foi detectado nos radares da Ilha do Sal, que fica no meio do caminho entre Brasil e Europa. "Em consequência disso, a Força Aérea Brasileira foi acionada durante a madrugada para que as buscas fossem iniciadas com o nascer do sol."

O assessor da Aeronáutica explica que o departamento de controle do espaço aéreo tem uma cobertura que corresponde a três vezes a dimensão do Brasil. Boa parte do Oceano Atlântico está sob a responsabilidade do país, de acordo com tratados internacionais. Portanto, as buscas estão a cargo do país.

Segundo Carlos Camacho, diretor de segurança do Sindicato Nacional dos Aeronautas, o avião do vôo AF 477 pode estar fora do perímetro brasileiro. "Se o piloto estava seguindo para Paris, a 800 km/h, ele estaria perto de pousar, cerca de quatro horas do procedimento de pouso. É muito provável que ele esteja no perímetro dos continentes europeu e africano."

Uma aeronave militar francês deixou Dacar, no Senegal, para tentar localizar o avião , informou a embaixada da França naquele país africano.

O ministro francês do Desenvolvimento, Jean-Louis Borloo, disse em entrevista à radio France Info que, infelizmente, deve-se esperar pelo "mais trágico cenário", uma vez que a reserva de combustível do avião já deve ter acabado. Ele também descartou a possibilidade de sequestro e disse que o mais provável é que tenha havido um acidente.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, está no aeroporto para acompanhar a situação . Mais cedo, ele pediu ao governo que "faça todo o possível" para encontrar pistas do avião, segundo comunicado emitido pelo Palácio do Eliseu.

O governo montou uma "célula de crise" no aeroporto para acompanhar o caso.

A Airbus, fabricante do avião, disse que iria esperar mais informações para falar sobre o caso.

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