Estátua A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, praça dos três poderes, Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)
Estátua A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, praça dos três poderes, Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)| Foto: Agência Brasil

O PSOL acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para retomar a vacinação contra a Covid-19 de todas as gestantes e puérperas no país, com imunizantes produzidos pela Pfizer ou pelo Instituto Butantan, alternativamente aos da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz. O partido questiona notas técnicas do Ministério da Saúde que paralisaram a imunização do grupo "em contrariedade à mais recente versão do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19".

O partido sustenta que embora a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha recomendado apenas a suspensão temporária da utilização da vacina AstraZeneca nessa população, notas técnicas do Ministério da Saúde "não só interromperam a vacinação de gestantes e puérperas com tal imunizante, como também recomendaram a suspensão da vacinação de todas as gestantes e puérperas sem comorbidades", inclusive com outras vacinas disponíveis no Plano Nacional de Imunização (PNI). As informações foram divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal.

"A medida, que extrapolou a recomendação da agência reguladora, foi adotada sem qualquer respaldo técnico, uma vez que os dados utilizados para justificar a suspensão da vacinação são, em verdade, favoráveis à imunização de grávidas e puérperas", destaca o PSOL.

A legenda sustenta que o Ministério da Saúde utilizou um evento considerado extremamente raro pela literatura médica até o momento - a morte de uma gestante, no Rio de Janeiro, após receber o imunizante da Oxford/Fiocruz - "para restringir severamente a vacinação de mulheres gestantes e puérperas".

"A paralisação da imunização de todas as gestantes e puérperas sem comorbidades, de forma a não fornecer-lhes a possibilidade de vacinação com outros imunizantes contemplados pelo PNI, mostra-se não somente medida atentatória aos direitos fundamentais à vida, à saúde, à dignidade da pessoa humana, à maternidade e à igualdade de gênero, mas também em completa dissonância com a recomendação da Agência de Vigilância Sanitária e as evidências técnico-científicas que a fundamentam" argumenta o partido.