As altas temperaturas das últimas semanas lotaram as emergências de clínicas veterinárias de Curitiba. O número de casos de cães com hipertermia, aumento da temperatura corporal além dos limites aceitáveis pelo organismo, cresceu em cerca de 60% segundo Patrícia Addeo, veterinária do Centro Médico Veterinário Vetsan.
A temperatura normal do cão fica em torno de 39,3ÞC. Com a hipertermia ela pode chegar a 43ÞC. "Isso pode trazer consequências graves, como distúrbios de células sanguíneas, convulsões, desmaios, diarreias e vômitos", diz Patrícia.
A principal causa do problema é a exposição ao sol em horários de pico, entre 11 e 13 horas. "Muitas pessoas levam seus animais para passear nesses horários. Eles não têm proteção nas patas e acabam absorvendo o calor do chão. Chega um momento em que o organismo do animal não consegue mais fazer trocas de calor", alerta.
Todas as raças e tamanhos estão suscetíveis a hipertermia. Para não correr o risco, o ideal é que os passeios diários sejam feitos antes das 9 e depois das 17 horas e que não durem mais de 40 minutos. "O dono pode levar água para o animal se refrescar durante o passeio e depois oferecer água com cubos de gelo."
Em casa, é importante deixar as janelas sempre abertas e cuidar para que o cão tenha acesso a locais com sombra. Banhos semanais e tosas mais frequentes também ajudam a diminuir o desconforto.
Avicultura
O calor também traz prejuízos à avicultura no Sudoeste. Em nota distribuída pela assessoria de imprensa da deputada Luciana Rafaginin (PT-PR), o veterinário Darci Lucini, da Secretaria da Agricultura do Paraná, informa que pelo menos 30 aviários da região tiveram perdas significativas neste ano por causa do calor.
Na semana passada, quando um raio atingiu o transformador de uma propriedade em Itapejara dOeste, a ventilação e nebulização do aviário foram interrompidas e o calor excessivo provocou a morte de mais de 4 mil aves. Em outras duas propriedades, em São João, o calor causou a perda de 10% dos plantéis.
