Casal é preso em Araucária acusado de bater em criança

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Um casal foi preso nesta segunda-feira (29) em Araucária, região metropolitana de Curitiba, acusados de espancar a filha de 8 anos. O agricultor Gildo Ferreira Alexandre, 26 anos, e a esposa Vanessa Santos Faria, 19, foram presos após denúncia anônima.

"Passaram um endereço e disseram que tinha uma menina muito machucada sob o cuidado de uma senhora", explicou, em entrevista ao Jornal Gazeta do Povo, a conselheira tutelar Franciele de Fátima Menegatti, que atendeu a ligação e fez o atendimento à criança.

Logo em seguida, após ouvir os primeiros relatos da menina, os policiais e o Conselho Tutelar se dirigiram para a residência do casal, que foi preso em flagrante. De acordo com informações da conselheira e do delegado de Araucária, Agenor Salgado, a menina apresenta sinais de violência por todo o corpo. "Tem marcas no corpo, nos braços e no rosto. Hematomas, ferimentos em cicatrização e outros sinais mais recentes de agressões por socos e até cintadas."

A menina fez o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) em Curitiba e está sob a guarda do Conselho Tutelar de Araucária. Ela não corre risco de morte e deve passar por atendimento psicológico.

Outra versão

Alexandre nega que tenha espancado a filha, mas admite que já deu "uns tapas" na menina. "Qual pai que nunca bateu? Mas eu não bati nela desse jeito que estão falando. O que aconteceu foi que eu e ela caímos do cavalo na semana passada", diz o agricultor que, após a suposta queda, não teria levado a criança ao médico. "Eu trabalho de chacreiro e não posso sair da roça. Minha sogra disse que levou ela. Mas aí eu também não sei."

Segundo o agricultor, a esposa também teria maltratado a criança em outras oportunidades. "Sempre discutimos quando via essas coisas. Mas não sei se a mulher não gosta da menina. Não posso falar pelo coração dos outros." A filha é apenas de Alexandre, a mãe da menina já é falecida.

Segundo caso

Foi o segundo caso de agressão a crianças em menos de três dias. Na sexta-feira passada (26), o vereador de Colombo, também na região metropolitana, Joaquim Gonçalves de Oliveira, 56 anos, foi preso acusado de espancar e acorrentar o enteado de 9 anos.

Segundo a mãe, o menino apanhava sem motivo aparente. Na sexta-feira, ela não suportou mais e quebrou o silêncio. Encontrou o filho vertendo sangue pelo nariz, com hematomas no rosto e uma corrente com cadeado no tornozelo esquerdo.

Renúncia

O vereador, conhecido como Oliveira da Ambulância, pois antes de se eleger tinha uma ambulância e cobrava para levar os pacientes a hospitais, renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara nesta segunda-feira (29).

A Comissão de Ética da Câmara Municipal tem 30 dias para avaliar se Oliveira quebrou o decoro parlamentar ao agredir o menino a socos e amarrar uma corrente na perna dele. Só então um processo de cassação do mandato poderá ser aberto. No entanto o presidente da Câmara, Onéias de Souza, já anunciou que não vai esperar para pedir a abertura de um processo de cassação contra o vereador.