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O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres (MICHAEL TEWELDE / AFP)
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres (MICHAEL TEWELDE / AFP)| Foto: AFP

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, ligou a pandemia da Covid-19 a “milênios de patriarcado". Na declaração, realizada durante discurso na Câmara Municipal com Mulheres Jovens de Organizações da Sociedade Civil, Guterres afirmou que a resposta à pandemia teve “um impacto social e econômico desproporcional e devastador sobre mulheres e meninas”.

“A pandemia está apenas demonstrando o que todos nós sabemos: que milênios de patriarcado resultaram em um mundo dominado por homens com uma cultura dominada por homens que prejudica a todos - mulheres, homens, meninas e meninos”, disse o secretário-geral, em evento em 31 de agosto.

A fala foi distribuída na conta oficial da ONU no Twitter no último domingo (6), com destaque para o trecho sobre "patriarcado".

As declarações reforçam sinais da agenda ideológica da organização. Há poucos meses, um relatório da ONU apontou que aborto e identidade de gênero são "direitos humanos".

No mesmo discurso sobre "patriarcado", Guterres também afirmou que a pandemia aprofundou a desigualdade de gênero. “Já estamos vendo uma reversão em décadas de progresso limitado e frágil em igualdade de gênero e direitos das mulheres. E sem uma resposta preocupada, corremos o risco de perder uma geração ou mais de ganhos”, disse.

O chefe da ONU ressaltou a presença das mulheres na linha de frente no combate à pandemia, seja como profissionais de saúde, professoras, ou com atividades na família e comunidades.

Mulheres no mercado de trabalho

Ao se referir a condições de trabalho das mulheres, Guterres afirma que elas representam de 70% a 90% dos profissionais de saúde, mas que os salários e as condições não “refletem as funções de salvamento que ocupam”.

Ele cita, por exemplo, os equipamentos de proteção individual (EPIs) desenvolvidos para um homem-padrão. O que, segundo Guterres, “significa que as trabalhadoras podem ter maior risco de infecção" ao atuar no combate à pandemia. O secretário-geral ainda ressalta que 30% das mulheres estão em funções de tomada de decisão.

Reconhecimento na pandemia

Ao falar sobre a presença das mulheres no mercado de trabalho, Guterres diz que a maioria delas em todo o mundo está empregada informalmente e, com a pandemia, aumentou a insegurança financeira pela falta de renda regular ou rede de segurança social.

Para o secretário-geral da ONU a pandemia trouxe à tona, por meio da mídia e pesquisas acadêmicas, o papel das mulheres como “líderes são extremamente eficazes”. “Mulheres chefes de Estado, ministros da Saúde, profissionais de saúde e líderes comunitários estão ganhando amplo reconhecimento por sua empatia, compaixão, comunicação e tomada de decisão baseada em evidências”, disse, no pronunciamento.

No fim do discurso, Guterres afirmou ainda que o uso de cotas e medidas especiais temporárias são necessárias para remover os preconceitos e obstáculos à igualdade de participação das mulheres. Sem isso, disse o secretário-geral, “as mulheres nunca realizarão seus plenos direitos e as sociedades nunca colherão os benefícios da igualdade e da inclusão”.

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