• Carregando...
União da Vitória, no Sul do PR, continua a sofrer os efeitos da chuva | Marcelo Andrarde/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
União da Vitória, no Sul do PR, continua a sofrer os efeitos da chuva| Foto: Marcelo Andrarde/ Agência de Notícias Gazeta do Povo

Passarela das Cataratas é liberada para passeios

A diminuição do volume de chuvas registrada nos últimos dias ajudou na liberação da passarela das Cataratas do Iguaçu neste final de semana. Cinco dias após ter sido interditado em razão da maior cheia das últimas três décadas na foz do Rio Iguaçu, o ponto já está liberado para passeios turísticos. A passagem dá acesso à Garganta do Diabo, o maior do conjunto de 275 saltos d´agua das Cataratas.

Ainda assim, o volume de água nas Cataratas continua alto. Nesta tarde, a marca atingiu 10,2 milhões de litros por segundo, cerca de sete vezes acima do normal – 1,5 milhão de litros.

Já na última sexta-feira, dia 13, a passarela foi submetida a uma vistoria feita por uma empresa de engenharia. Os especialistas constataram que alguns pilares, que sustentam as grades, na parte superior, ficaram tortos com a força da água e o choque com troncos de árvores. O problema foi solucionado e já no sábado pela manhã a passarela voltou a ser usada pelos turistas para contemplar a Garganta do Diabo.

No dia em que o passeio foi interditado, a vazão das Cataratas chegou a 46,3 milhões de litros por segundo, pouco mais de 30 vezes o normal. Além da reabertura da passarela, o circuito de barco feito pela empresa Macuco Safari voltou a operar na última sexta-feira, dia 13.

O chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pegoraro, diz que não há preocupação com uma nova onda de chuva forte para os próximos dias que possa alterar drasticamente o panorama nas Cataratas.

Funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) responsável pela administração do parque, estão preparando um relatório para medir possíveis impactos ambientais causados pela cheia. A reserva tem 185 mil hectares.

Áreas de instabilidade devem persistir em todas as regiões do Paraná até a próxima quarta-feira (18). Apesar de impedirem a diminuição mais rápida dos níveis dos rios que transbordaram e causaram uma das piores enchentes do estado na semana passada, a estimativa é de que estas pancadas de chuvas não atinjam intensidade alarmante, devendo oscilar em alguns municípios entre fracas e moderadas.

Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, mesmo que em menor proporção, a metade sul paranaense é a região com maior chance de chuva, ou seja, o tempo segue instável justamente em áreas em que ainda há alagamentos, como Rio Negro, União da Vitória e São Mateus do Sul. Nestas cidades, a previsão é de as precipitações comecem a partir da noite desta segunda-feira (16), e se concentrem principalmente entre a tarde e a noite dos próximos dois dias. Na quarta-feira, podem ainda aumentar as chances de trovoadas.

A Defesa Civil do Paraná alerta, inclusive, para o risco de novos temporais com ventos nas cidades da região Sudoeste do Paraná, como Pato Branco e Francisco Beltrão, ao longo desta segunda (16) e da terça (17).

O tempo deve ficar instável também na região metropolitana de Curitiba e no Litoral. Por isso, o sol deve ser escasso até o meio da semana. Nesta terça-feira (17), os termômetros variam entre 13°C e 21°C na capital, 17°C e 22°C em Paranaguá e 15°C e 22°C em Cascavel.

Na região Norte e Nordeste, que também enfrentarão eventos isolados de chuvas neste início de semana, as máximas até quarta-feira ficam em torno dos 24°C em Londrina, Apucarana, Umuarama e Maringá.

Já a partir de quinta-feira (19), as temperaturas começam a cair em todo o estado. A sexta-feira após o feriado de Corpus Christi deve ter máxima de 20°C em Foz do Iguaçu, 17°C em Matinhos e de 12°C em Palmas. Os termômetros também não devem passar dos 15°C em Ponta Grossa, Guarapuava e em Curitiba, que terá frio na casa dos 10°C.

Situação segue crítica em algumas cidades do PR

Depois de alguns dias de trégua, a chuva voltou a causar estragos em algumas cidades do Paraná neste final de semana. A pior situação dentre as cidades já atingidas é a de União da Vitória (Sul do PR), pois o Rio Iguaçu ainda não baixou e vários pontos da cidade estão alagados. Segundo o diretor de Operações da Defesa Civil no município, Marco Antônio Coradin, o rio voltou a subir com as últimas chuvas e está com altura de 8,11 metros – sendo que a média normal é de 2,5 m.

"A Defesa Civil está tranquilizando a população porque estamos no pico da enchente. A altura da água ainda vai permanecer elevada por um ou dois dias, mas depois disso irá baixar e voltar ao normal dentro de alguns dias", sustenta. Ainda há 560 pessoas em abrigos públicos e 13 mil desalojadas.

A situação também é complicada na Região Oeste. A chuva do final do dia na última sexta-feira (13) causou o alagamento de pelo menos 700 casas em Foz do Iguaçu, atingindo cerca de três mil moradores. Em menos de três horas, caíram 80 milímetros de chuva na cidade. Segundo a Defesa Civil, dois abrigos públicos chegaram a ser montados, mas nenhuma pessoa precisou ser encaminhada para algum deles. Ainda de acordo com o órgão, cerca de 60 cestas básicas foram distribuídas à população mais afetada no último sábado (14). Dentre as áreas mais atingidas estão o Jardim Primavera e o Jardim Universitário. Uma nova chuva atingiu a cidade no meio da tarde desta segunda (16), mas, segundo a Defesa Civil local, não chegou a causar novos estragos.

A 40 km de Foz, em São Miguel do Iguaçu, a chuva de sexta (13) fez com que alguns pontos da cidade voltassem a ficar alagados. Segundo a Defesa Civil local, dez pessoas precisaram ser levadas para abrigos, mas retornaram para suas casas ainda no sábado (14). Os locais mais atingidos por esta última chuva foram o Jardim Social e o Jardim São Cristóvão.

Em Pato Branco (Sudoeste), uma queda de energia provocou a interrupção no fornecimento de água durante o final de semana. Segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), o abastecimento voltou ao normal na madrugada desta segunda-feira (16). Uma chuva acompanhada de um vendaval provocou dois destelhamentos e quatro quedas de árvore na cidade durante a madrugada de sábado (14).

O distrito de Uvaia, na zona rural de Ponta Grossa (à beira da rodovia BR-373) tem cerca de 20 casas alagadas, segundo o coordenador da Defesa Civil da cidade, coronel Edimir de Paula. As casas atingidas ficam muito próximas do rio Tibagi, cuja altura está 10 metros maior do que o normal. Na tarde deste domingo (15), a chuva provocou destelhamento em oito casas do Residencial Califórnia, também em Ponta Grossa. Segundo a Defesa Civil do Estado, não foram registrados estragos significativos em outros pontos do Paraná neste final de semana.

De acordo com a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), cerca de 500 unidades consumidoras estão sem luz. A empresa não especificou as regiões onde há o problema, mas afirma que é um número residual – a maioria resultante dos estragos do último fim de semana – e que a situação deve ser normalizada até esta terça (17).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]