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Há coisas bem mais importantes do que andar pelas ruas e ficar de olho nos lapsos de escrita registrados em placas, faixas, outdoors, panfletos que nos entregam em cada esquina etc., etc. Peço desculpas por tocar em assunto tão irrelevante e volto a águas passadas para falar de novo sobre crase, que, segundo uns e outros, é um verdadeiro mistério. Bobagem. Algumas boas horas de estudo sobre regência verbal e regência nominal são suficientes para que eliminemos mais de 99% das dúvidas sobre essa matéria.

Deixemos o estudo mais detalhado para outro momento e pensemos em uma coisa bem simples: o "à" acentuado nos passa a seguinte informação = i) à esquerda dele temos uma palavra que rege a preposição "a" e ii) à direita temos uma palavra precedida do artigo feminino "a". Vamos ver um exemplo: "Aquela menina não obedece à mãe". Agora, vamos olhar à esquerda e à direita da palavra = i) o verbo "obedecer" rege a preposição "a"; ii) a palavra "mãe" é precedida do artigo "a". A frase ficaria assim: "Aquela menina não obedece A A mãe". Crase é o encontro desses dois "as". Para facilitar nossa vida, cortamos um e acentuamos o outro: "não obedece à mãe".

Agora voltemos ao título desta coluna. Temos aí três construções baseadas na vida real. As três estavam grafadas numa mesma faixa. Caso eu tenha sido pelo menos um pouco feliz na explicação, deve ter ficado claro o seguinte: a acento não se justifica porque as palavras à direita (prazo, cem, combinar) não são precedidas do artigo "a". Nesse caso, apenas uma pequena reflexão já resolve o problema. Um minúsculo raciocínio também impede construções como estas, que vi em redações de alunos que estão se preparando para o vestibular: "não me refiro à essa pessoa"; "ele estava à ponto de explodir"; disse à ele para ficar quieto".

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