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Um grupo de criminosos foi preso no porão de uma fazenda no norte do Estado matando porcos para venda, prática proibida já há 18 anos, desde que o país declarou-se território livre de assassinato animal. O argumento de André de Tal, 32 anos, de que o abate se fazia para consumo próprio, e portanto poderia contar com o apoio institucional à dependência carnívora, não foi acatado. Encontraram-se mais de 300 embalagens plásticas padronizadas, 70 quilos de sal e máquinas de empacotamento a vácuo, o que, segundo o coronel Lopes, diretor regional da Polícia Vegetariana, comprova a inequívoca intenção de comercializar o produto, que ainda encontra usuários na população de mais idade.

Se havia ainda alguma dúvida, explicou o coronel, descobriram-se numa casa próxima do local pacotes já embalados de lombo, pés e peles de porco, línguas e orelhas salgadas, indicação segura que se destinavam ao velho ritual da "feijoada", já completamente banido por decreto da cultura brasileira. As informações não são seguras, mas há quem diga que meio quilo de rabo de porco atinge cifras inimagináveis no mercado negro da carne. A Vigilância Olfativa recebeu no último mês 22 denúncias anônimas de consumo carnívoro, disfarçado em apartamentos de alguns conjuntos degradados da capital do estado.

Seria isso evidência de que os padrões de civilização do país estão regredindo à barbárie? Não foi um caso isolado, frisa o deputado e agente cultural Humbertson do Carmio e Silva, presidente da Federação Vegane, que na última eleição elegeu um quinto dos senadores da República, propugnando o fim do consumo dos ovos de aves e a proibição definitiva dos derivados do leite animal, cujo consumo ainda resiste, embora limitado a maiores de 21 anos, em estabelecimentos registrados nas delegacias de controle.

No estado de Tocantins, ele relembra, foram liberadas milhares de galinhas mantidas em cativeiro, numa espetacular operação da Polícia Animal, que resultou na morte de 12 contrabandistas e de cinco galinhas perdidas no fogo cruzado. Num frigorífico camuflado como armazenamento de ervilhas de exportação, a Polícia encontrou meia tonelada de "frangos" – que são galinhas adolescentes –, congelados para venda. Comprovou-se que os animais foram criados em cativeiro especificamente com vistas a este cruel fim comercial, o que é um agravante inafiançável para o crime. Foi também descoberto um iPhone 148, geração 99, com listas atualizadas de intermediários e traficantes.

O caso mais bárbaro foi a descoberta de vacas assassinadas com choque elétrico num pequeno sítio próximo de Curitiba, que se mantinha como empresa de fachada de produção orgânica de cenoura, escarola, tomate, vagem e chuchu de cerca. Graças a um informante infiltrado, foram presos em flagrante quatro elementos carnívoros. Um deles conseguiu fugir com vários quilos de carne fresca.

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