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Então fica acertado desde já: a gestão do governo Dilma terminou – aliás, com alto índice de aprovação, o que, dizem os comentaristas, deve lhe garantir uma vitória folgada – e agora tem início, enfim, a Campanha da Reeleição. Como a gente não gosta de deixar nada para depois, a campanha começa com 20 meses de antecedência, para ninguém ficar em dúvida na hora de votar. Quanto mais informação, melhor.

É verdade que a lei não permite antecipar a campanha eleitoral – parece que há um prazo regulamentar (e bem curto) para alguém afirmar com toda a energia "Eu sou candidato à Presidência!". Nem mesmo a atual presidente – não que haja algum problema, mas pega mal. Assim, a campanha é feita de indiretas. Aquele jeito de dizer as coisas não dizendo, uma arte em que os brasileiros somos gênios.

Por exemplo: o Aécio vai à tribuna, desce o sarrafo no governo e diz que quer acabar com a reeleição. Claro, está em campanha! Aí o Eduardo Campos também declara à imprensa que o governo, do qual ele participa, não está nenhuma maravilha. Evidente – está em campanha. A Marina arruma 500 mil assinaturas para sua rede ecológica. Está em campanha. O Serra cochicha aqui e ali – em campanha.

Bem, eles pensam que é fácil. Só porque a inflação está voltando, ou porque o governo não faz nada com seus 300 ministérios, ou porque o PT só consegue aparecer na página policial – enfim, só porque a oposição está com o armazém cheio de munição até a boca não quer dizer que a coisa é fácil. Não é.

Porque a Dilma não é boba, não. Ela é braba. Ela está com a faca, o queijo, a caneta, a grana e a gana na mão. Não vai largar assim a rapadura. E todo governo é cheio de truques. Por exemplo: não pode fazer propaganda eleitoral – é proibido. Mas daí a Caixa, que é um banco e não tem nada a ver, vai lá na televisão e diz que o governo é maravilhoso. A Caixa é uma entidade do Estado, mas o governo, disfarçadamente, usa como se fosse amiga do peito. Os símbolos do banco são os mesmos do governo. Aí os Correios também dizem que, graças ao governo brasileiro, são o Sétimo Céu. Agora inventaram o Sedex 12 – tudo vai ficando mais caro e mais demorado, e sem opção, mas é a lei da campanha. A gente tem de entender. Aí o Banco do Brasil, também amarelinho como a seleção brasileira, diz na tevê que o Brasil é para todos, como se fosse do governo, e não do Estado. É pouco? Mas a Dilma tem ainda o trunfo da Petrobras! É uma empresa de economia mista que vem sendo um desastre completo de gestão, o Brasil importando cada vez mais combustível – mas que propaganda bem feita! Parece até que é uma empresa do governo! Está lá, o mesmo logotipo da Dilma, o país de todos. A gente pensava que o petróleo era nosso, mas é deles.

Enfim, campanha é assim mesmo. O cronista é que, além de ingênuo, é rabugento, desses que ficam aí só reclamando.

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