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Massi com César Kusma, seu sucessor no papel de Jesus Cristo, no camarim do espetáculo na Pedreira Paulo Leminski, na última quarta-feira | Mauro Campos
Massi com César Kusma, seu sucessor no papel de Jesus Cristo, no camarim do espetáculo na Pedreira Paulo Leminski, na última quarta-feira| Foto: Mauro Campos

Nos últimos 32 anos, Aparecido Izabel Massi encarnou o verbo divino como protagonista do espetáculo Vida, Paixão e Morte de Jesus Cristo, que é encenado pelo Grupo Lanteri em Curitiba. Paranaense de Ibiporã, 53 anos, ele fundou o grupo em 1978, ainda quando frequentava o seminário Pio Bruno Lanteri, da congregação Oblatos de Maria Virgem. O nome é uma homenagem ao venerável padre italiano. O palco da encenação eram as ruas da Vila São Paulo, na periferia de Curitiba, onde Massi morou. Dois anos depois, levou o espetáculo para o Largo da Ordem, em seguida para o Centro Cívico, voltou ao centro histórico e em 1991 adotou a Pedreira Paulo Leminski como palco definitivo.

Neste ano, pela primeira vez deixará de interpretar Jesus, papel que delegou ao substituto, César Kusma, para representar o profeta João Batista.

Formado em Filosofia e Economia, Massi desistiu da carreira eclesiástica, mas não da paixão pela arte de representar um dos episódios mais importantes do catolicismo.

Cursou também Artes Cênicas na PUCPR. Casado pela segunda vez com Gisele, fonoaudióloga e professora universitária, eles não têm filhos juntos. Massi tem uma filha, Íris, casada, que mora em Nova Iorque, e sua mulher tem dois filhos do primeiro casamento, que vivem com o casal num apartamento no centro de Curitiba. Além de funcionário da Copel há 32 anos, ele sobrevive das palestras motivacionais, que dá em empresas, como especialista em gestão da qualidade e produtividade. Na véspera de mais uma encenação da Paixão de Cristo, Aparecido Massi conversou com a coluna.

Como você descobriu a Paixão de Cristo?Em 1977 eu fazia Filosofia em Lorena, na faculdade dos padres Salesianos. Tinha um oratório onde nos reuníamos todo dia, do qual eu era o responsável pela animação. Escrevi o espetáculo e convidei os moradores de duas vilas bem pobres que frequentavam lá para participar. Em 78 vim para Curitiba e fui convidado pelo grupo de jovens da Igreja da Vila São Paulo.

Você já estreou no papel de Jesus?

Sim. Fiquei mais de 30 anos fazendo esse papel.

Sempre lhe compararam com Jesus fisicamente?

Sempre, principalmente quando era mais jovem.

Por que decidiu abandonar o papel?

Temos que preparar um sucessor para o trabalho ter continuidade. O César começou conosco com 14 anos. Já tinha sido Pôncio Pilatos, João Batista. Agora ele faz Jesus com total segurança.

Por que escolheu ser João Batista?

Porque é um personagem muito forte, explosivo, briguento.

O oposto do outro.

Total (risos).

Quando fazia Jesus, que cena você mais gostava de fazer?

A da expulsão dos vendilhões do templo. Dava vazão a explosões, berrava.

Você é católico?

Sim. Dou muitas palestras para casais, vou à missa, mas frequento outras religiões também porque a apresentação não pode ficar restrita à religião católica. Vai todo tipo de pessoa. Tem de ser fundamentada no Evangelho, é uma grande catequese.

Que experiência interpretar Jesus por tanto tempo deixou na sua vida?

Amizade, além de um grande exercício da humildade.

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