Um estudo coordenado pelo neurologista brasileiro Abouch Valenty Krymchantowski comprovou, pela primeira vez, que a combinação de duas drogas é mais eficaz para o controle da enxaqueca do que o uso de um dos medicamentos isolados. O trabalho foi publicado no Official Journal of the European Headache Federation.
Oitenta pacientes foram recrutados no Ambulatório de Cefaleia do Instituto de Neurologia Deolindo Couto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Eles tinham idades entre 20 e 60 anos e relatavam episódios de enxaqueca havia pelo menos um ano. Trinta e oito deles receberam dois medicamentos - o anticonvulsivante topiramato e o antidepressivo nortriptilina. O outro grupo tomou uma das drogas, já usadas no tratamento convencional de enxaqueca, e um placebo (comprimido sem a substância química).
Entre os pacientes que passaram pelo tratamento com dois medicamentos, 78,3% relataram a redução das crises em mais de 50%, parâmetro de eficácia para esse tipo de tratamento. Já os que tomaram apenas uma das drogas, 37% perceberam a melhora. "O estudo comprova cientificamente, pela primeira vez, que combinar drogas é muito melhor do que usá-las isoladamente, mesmo em doses mais baixas", afirmou Krymchantowski, professor convidado do departamento de neurociência da Universidade Federal Fluminense (UFF). Os pacientes receberam um dos medicamentos por seis semanas. Depois, nas nove semanas seguintes, passaram a tomar a outra droga ou o placebo (foi necessário esperar três semanas até se atingir a dose ideal). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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