• Carregando...

Depois de ouvir o depoimento de uma hora e meia de Tânia Maria Vicentini, mãe da estudante Carla Vicentini, 22 anos, que está desaparecida nos EUA, desde 9 de fevereiro, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Emigração Ilegal aprovou nesta quarta-feira (26), em Brasília, a acareação entre o empresário francês José Fernandes Madeira Martins e a estudante Maria Eduarda Ribeiro (a Duda) - as últimas pessoas que teriam visto Carla antes de seu sumiço. O requerimento para a acareação foi solicitado pelo senador Marcelo Crivella (PL-RJ).

A estudante Maria Eduarda, que dividia com Carla o apartamento em Newark, no estado americano de New Jersey, e o empresário Martins, dono do apartamento, serão convocados como testemunha, não como suspeitos, para responder às perguntas dos deputados e senadores que compõem a CPMI.

A data para oitiva ainda não foi marcada, mas a secretaria da CPMI informou que nesta quinta-feira (27) o documento de convocação deverá ser encaminhado para a Polícia Federal. Ainda segundo a secretaria, o empresário provavelmente será ouvido no dia 4 de maio. Em relação à Duda, a secretaria da comissão informou que terá mais dificuldades para convocá-la uma vez que ela está nos Estados Unidos e seria necessário a intervenção do FBI. "Achei muito oportuna a convocação deles (Martins e Duda) porque afinal eles foram as pessoas que estiveram por mais tempo com a minha filha nos EUA. Foi muito boa a minha vinda para cá (Brasília). Eu não esperava essa atitude da CPMI, mas fiquei muito feliz", contou a mãe da estudante por telefone, ainda no aeroporto da capital federal – minutos antes de embarcar, às 18h40, no vôo para Maringá, no Noroeste do estado.

Encontro com o ministro da Justiça

A esperança de Tânia de encontrar a filha viva foi redobrada, após a audiência com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. No encontro, que durou cerca de 40 minutos, ela teve a garantia do ministro de que o Brasil vai se empenhar no caso. "Eu falei tudo que sabia sobre o desaparecimento da Carla. Depois ele me garantiu que iria ajudar no que fosse preciso e o mais breve possível", disse.

O deputado federal paranaense Hermes Parcianello (PMDB), que também esteve na audiência, foi além. "O ministro ficou sensibilizado e disse que não em nome dele ou do Ministério da Justiça, mas em nome do presidente da República e do Brasil iria se dedicar inteiramente ao caso", contou o parlamentar.

De acordo com Tânia e Parcianello, Thomaz Bastos teria adiantado que nesta quinta-feira, às 11h, tem uma reunião com a Polícia Federal para tomar algumas providências. O ministro não quis dizer quais. Adiantou apenas uma delas: "Ele (Thomas Bastos) disse que nesta quinta vai entrar em contato com um programa dos EUA que ajuda a encontrar pessoas desaparecidas", disse Tânia. "O ministro também ficou de entrar em contato comigo amanhã (quinta) para me informar sobre as outras medidas que serão tomadas", completou animada e esperançosa.

Sobre a promessa do Consulado do Brasil em Nova Iorque, feita ao deputado, em contratar um advogado americano para cuidar do caso da Carla, Thomaz Bastos teria, segundo Parcianello, ficado surpreso. "Ele não acreditou", resumiu o parlamentar. Novidades na investigação nos EUA

Outra boa notícia para a família, veio do agente do FBI, Daniel Clegg, que assim como o deputado e a mãe de Carla, esteve na audiência com o ministro. "O Daniel nos contou que a polícia de Newark está quebrando o sigilo bancário de todas as pessoas que usaram o cartão de crédito no bar (Adega Bar), na noite do desaparecimento, para poder localizá-los e entrevistá-los", contou Tânia.

Na avaliação do agente, o encontro com o ministro foi proveitoso. "É sempre bom divulgar ainda mais o caso. Com certeza pode dar uma reviravolta no caso", disse Clegg, que por telefone contou ainda à reportagem que todos os e-mails que Carla recebeu antes do desaparecimento estão sendo investigados pela polícia.

Esperanças renovadas

Tânia definiu sua ida para Brasília como uma renovação no ânimo e nas esperanças de encontrar Carla com vida. "Foi uma luz no fim do túnel. Eu já estava entrando em desespero. Mas agora tenho certeza que em breve teremos notícias da minha filha", disse. Tânia ainda espera comemorar o aniversário de 23 anos de Carla na companhia da filha. "Agora no sábado (29) ela faz aniversário. Se não puder estar com ela, pelo menos espero ouvir a voz dela e saber que ela está bem", finalizou bastante emocionada.

Carla foi vista pela última vez saindo do Adega Bar em Newark e desde 9 de fevereiro está sumida. A estudante saiu de Goioerê, na região Centro-Oeste do estado, no mês de janeiro para fazer um intercâmbio.

Leia também

Entenda o caso do desaparecimento de Carla

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]