Consumo já é intenso no mercado externo

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Os produtos orgânicos beneficiados são também uma maneira de facilitar o acesso ao mercado externo. Atualmente o Paraná vende para o exterior banana passa, soja, café, cachaça e açúcar mascavo. Tudo orgânico. A demanda de fora é tão grande que a Associação de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) implantou, em 2003, um projeto para incentivar a exportação dos orgânicos no país – a campanha "We do it different" (em português, nós fazemos diferente). O Brasil levou 38 empresas para a Biofach, destaca um dos coordenadores do projeto, Ming Liu, vice-presidente da Associação dos Consumidores de Produtos Orgânicos do Paraná (Acopa). A Biofach é a maior feira de orgânicos do mundo e foi realizada na semana passada em Nuremberg, na Alemanha.

Além disso, as secretarias de Desenvolvimento Territorial e de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Orgânico (MDA) levaram à feira 15 agricultores de agroindústrias familiares produtoras de orgânicos. Seus produtos dispõem de certificação reconhecida internacionalmente.

A Rio de Una, empresa do setor sediada em São José dos Pinhais, é uma das que expuseram seus produtos lá. A empresa levou a linha Organique, que reúne alimentos selecionados, lavados e embalados em atmosfera especialmente controlada, que mantém o sabor e as condições originais dos produtos inalterados. A empresa vende aipim, beterraba, cebola, cenoura, couve, espinafre, alface, rúcula, abobrinha, berinjela, batata, brócolis, cebola, chuchu, couve-flor, milho, pimentão, rabanete, repolho, tomate, vagem e pepino, entre outras verduras e também frutas.

A agrônoma responsável pela produção, Rosângela de Almeida, que está há 12 anos envolvida com as técnicas de produção de orgânicos, acredita que o setor poderia crescer mais caso os supermercados reduzissem suas margens de lucro. "Os grandes mercados cobram normalmente 100% a mais do que pagam para o produtor", conta.

Para garantir a qualidade dos orgânicos, existem organizações que certificam os produtores, afinal, não é tão fácil fazer alimentos em um sistema que busca manejar de forma equilibrada o solo e demais recursos naturais (água, plantas, animais, etc), conservando-os a longo prazo e mantendo a harmonia desses elementos entre si e com os seres humanos. O Instituto Biodinâmico (IBD) é a única entidade do gênero do Brasil reconhecida internacionalmente.