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Sinop – O principal controlador de vôo denunciado como responsável pelo acidente com o Boeing da Gol, em setembro de 2006, ficou calado em audiência na Justiça Federal ontem em Sinop (MT). A atitude do sargento Jomarcelo Fernandes dos Santos levou o juiz Murilo Mendes a perguntar à advogada dele se ela teria ligação com a Aeronáutica, ou seja, se estava coagindo o controlador. Até o fechamento desta edição, três dos quatro controladores que trabalhavam em Brasília no dia do acidente tinham sido interrogados. Eles chegaram à cidade acompanhados dos advogados Fábio Tomás de Souza, Normando Augusto Cavalcanti Júnior e Ana Cristina Souza, num avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

O sargento Felipe Santos dos Reis, 22, o primeiro a depor ficou nervoso e teve dificuldades para entender as perguntas da advogada. O controlador Lucivando Tibúrcio de Alencar, 28, em seguida, disse que deixou de monitorar o jatinho Legacy, que colidiu com o Boeing matando 154 pessoas, para evitar a colisão entre um avião que decolou de Brasília para o Galeão, no Rio, e outro que vinha de Belo Horizonte (MG) a Goiânia (GO).

Perigo

Jomarcelo foi chamado em seguida. Ele é acusado de colocar a aeronave em perigo, crime com previsão de dois a cinco anos de prisão. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) aceita pela Justiça, Jomarcelo tinha ciência do risco de colisão e, por isso, foi o único acusado de crime doloso (com intenção), enquanto os demais controladores respondem pela modalidade culposa (sem intenção).

No dia do acidente, Jomarcelo deixou de comunicar aos pilotos do Legacy, de acordo com o MPF, que eles deveriam descer de 37 mil pés para 36 mil, o que evitaria a colisão com o Boeing. Ao ser questionado pelo juiz, Jomarcelo se recusou a responder. "Eu me reservo ao direito de ficar calado", afirmou.

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