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São Paulo – Os controladores de tráfego aéreo que começariam a ser ouvidos ontem pelo delegado da Polícia Federal (PF) Renato Sayão sobre a queda do Boeing da Gol em uma região de mata fechada de Mato Grosso, há cerca de um mês, alegaram problemas de saúde e faltaram à audiência. Sayão pediu que eles apresentem atestados médicos. No total, dez controladores seriam ouvidos em local reservado, para evitar vazamento de informação.

O avião da Gol caiu com 154 pessoas a bordo depois de colidir com um jato Legacy. Todos os ocupantes do Boeing morreram. O Legacy, da empresa norte-americana ExcelAire, conseguiu pousar na base aérea da serra do Cachimbo, apesar de danos na asa. Nenhum dos sete ocupantes ficou ferido.

O acidente, o maior da história do país, é investigado por uma comissão de autoridades brasileiras e estrangeiras do setor; pela Polícia Civil de Mato Grosso e pela PF. Os dois últimos órgãos deverão pedir a prorrogação do prazo para conclusão dos inquéritos.

Nos próximos dias, deverá ser aberta a caixa de gravação de voz do Boeing, localizada no último dia 24. As análises das gravações do Boeing e do Legacy estão sendo feitas no Canadá.

Sayão reivindica acesso ao conteúdo das gravações, negado pela Aeronáutica. O delegado recorreu à Justiça Federal, segundo a qual a competência para analisar o caso é do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ontem, familiares de Marcelo Paixão, única das vítimas cujos restos mortais ainda não foram localizados, chegaram à fazenda Jarinã, na serra do Cachimbo (PA), onde estão concentrados os militares que trabalham nas buscas. Eles pretendem acompanhar os trabalhos.

Os parentes de todas as pessoas mortas no acidente cobram respostas. Em nota enviada na sexta-feira e assinada por nove integrantes da Comissão de Familiares dos Passageiros do Vôo 1907, eles apresentam um balanço do período e afirmam que se preparam para oficializar uma associação, criada para representar as famílias interessadas.

Os parentes acusam as autoridades de "descaso", especialmente nas primeiras horas após o acidente. "Só quem vivenciou as primeiras horas de desespero nos aeroportos e nos seus lares, onde recebiam informações desencontradas, e que choravam e gritavam para serem ouvidas, vão se lembrar destes momentos para o resto de suas vidas", diz a nota.

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