Se adeptos de cultos de matriz africana e homossexuais são a bola da vez do preconceito, o povo cigano sofre discriminação parecida na sociedade. O estigma é reforçado por histórias clássicas contadas pela literatura brasileira, como Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e por publicações mais recentes.
Segundo Cláudio Iovanovith, presidente da Associação de Preservação da Cultura Cigana no Paraná (Apreci-PR), o preconceito contra o cigano ainda é muito forte. "Ele se compara às lendas do Boitatá, Saci-Pererê e Mula-sem-Cabeça, pois dizem que cigana rouba criança."
Iovanovith afirma que a literatura alimenta este preconceito. "A leitura do livro Memórias de um Sargento de Milícias é obrigatória no vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), por exemplo. É lá que estudam muitos médicos, juízes, advogados e outros profissionais liberais. Todos eles, com certeza, leram a página 57 do livro que retrata o preconceito contra os ciganos.
Segundo Iovanovith, há outras publicações que chamam os ciganos de "amaldiçoados". "O governo estadual comprou cinco mil exemplares do livro O Caboclo e a Cigana, de Assis Brasil, para distribuir para o ensino médio. "Já entrei na Justiça contra o autor", afirma.
O líder dos ciganos está negociando com a prefeitura de Curitiba a construção de um memorial para divulgar a cultura do povo conhecido por ser nômade.
Afro-brasileiro
Já a cultura afro-brasileira é divulgada de forma positiva nas escolas estaduais e municipais. O babalaô Sandro Altair de Oliveira, sacerdote de Ifá, iniciado na Nigéria, faz palestras para educadores, com o objetivo de eles orientarem seus alunos e resgatar a tradição e os valores do culto aos Orixás.
Isto ocorre para cumprir a lei que prevê a obrigatoriedade do ensino da cultura africana e afro-brasileira nos currículos escolares.
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