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O último caso de raiva humana registrado no Paraná ocorreu em 1987, quando uma menina de Rio Branco do Sul foi mordida no dedo por um morcego. "Os pais não a levaram para tomar vacina e ela acabou desenvolvendo a doença", conta o médico Natal Jataí de Ca­­margo, chefe da Divisão Am­­biental da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.

Desde os anos 70, não se registram casos de raiva transmitida a humanos por cães e gatos. A última ocorrência de contaminação com o vírus por mordida de cão no estado ocorreu em 1975, em Nova Cantu, Centro-Oeste paranaense.

Estatisticamente, as chances de sobrevivência depois que os sintomas aparecem são praticamente nulas. A literatura médica só registra três casos de cura. O primeiro ocorreu em 2004, nos Estados Unidos, quando o médico Rodney Willoughby conseguiu manter uma paciente de 16 anos viva até que o corpo eliminasse o vírus. A garota foi tratada com antiviral, sedativo e uma enzima chamada biopterina, importante para o funcionamento do sistema nervoso central. Outra paciente que se livrou do vírus foi uma colombiana, que acabou morrendo de complicações secundárias.

O adolescente pernambucano Marciano Menezes da Silva, 16 anos, foi o terceiro caso comprovado de cura da raiva no mundo – e o primeiro no Brasil. Mordido por um morcego no dia 7 de setembro do ano passado, ele manifestou os sintomas quase um mês depois. Submetido ao protocolo desenvolvido por Willoughby, ele deixou a UTI em fevereiro e teve alta no mês passado. A doença deixou sequelas. Marciano recuperou o movimento dos braços, mas não se sabe se voltará a andar.

Os três casos são exceções, pois a doença mata anualmente 70 mil pessoas no mundo. O me­­lhor tratamento é a aplicação imediata de vacina e anticorpos, que devem agir durante o pe­­ríodo de incubação, antes que a doença se manifeste. (AS, com agências)

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