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Fila de ônibus na Rua Alferes Poli, nas proximidades da Rui Barbosa | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Fila de ônibus na Rua Alferes Poli, nas proximidades da Rui Barbosa| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Curitiba e outras cidades do Brasil tiveram, nesta quinta-feira (11), um dia marcado por protestos sindicais. Na capital paranaense, houve manifestações de trabalhadores do transporte coletivo e da limpeza pública, entre outras categorias. Por conta das manifestações, linhas de ônibus da região central ficaram paradas a partir das 16h e voltaram a circular depois de duas horas e meia.

Além do transporte público, a cidade também sofreu impactos na coleta de lixo, no comércio, na saúde e na educação. Trabalhadores da limpeza pública suspenderam a coleta de lixo durante o dia, os funcionários do comércio foram liberados no início da tarde, o Hospital de Clínicas (HC) funcionou apenas parcialmente e as escolas da rede municipal de Curitiba liberaram os alunos mais cedo.

Veja fotos da paralisação dos ônibus e da greve geral em Curitiba

Vídeo: trabalhadores da coleta de lixo fazem paseata e pedem redução da jornada de trabalho

Paralisação dos ônibus

De acordo com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), 20% da frota ficou parada desde as 16 horas, quando o protesto começou. Segundo a entidade, as linhas mais afetadas foram as que passam pela Rui Barbosa. Nos demais pontos não houve grandes transtornos.

A decisão de interromper o itinerário de alguns ônibus foi tomada em assembleia realizada às 15h30 desta quinta-feira (11). O protesto integrou o Dia Nacional de Lutas, organizado por centrais sindicais em diversas cidades do país e com várias implicações em Curitiba e no Paraná, como fechamento dos comércio de rua e a abertura de cancelas em praças de pedágio.

Terminais vazios

Durante a paralisação de motoristas e cobradores, a reportagem da Gazeta do Povo percorreu os terminais do Portão, Capão Raso e Pinheirinho. No período, todos registravam fluxo de passageiros praticamente nulo. Muitas pessoas tiveram de pedir carona para chegar até a região central da cidade, ou para percorrer o caminho inverso.

A auxiliar de enfermagem do Hospital Santa Casa Maria Madalena dos Santos estava entre as poucas pessoas que circulavam no terminal do Pinheirinho por volta das 18 horas. Com o horário de entrada para o plantão marcado para as 19 horas, a trabalhadora estava preocupada por não saber como faria até chegar ao hospital.No terminal do Portão, a professa Lucinéia Moraes estranhou o espaço vazio nas plataformas. "Geralmente, toda vez que pego ônibus nesse horário tem muita fila", disse a professora, que apoia o protesto.

Comércio libera funcionários

O Sindicato dos Comerciários de Curitiba e Região (Sindicom) orientou os empresários a liberarem seus funcionários a partir das 14 horas, para evitar problemas com locomoção. Algumas lojas fecharam por precaução.

O Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba funcionou parcialmente, somente com atendimentos de urgência e emergência. Já na Universidade Federal do Paraná (UFPR) as aulas foram canceladas, e escolas municipais de Curitiba liberaram os alunos mais cedo.

Ato no Aeroporto Afonso Pena

Funcionários do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, também aderiram ao Dia Nacional de Luta.

No terminal, cerca de 35 empregados ficaram reunidos durante uma hora no período da manhã, de forma pacífica, para reivindicar agilidade no acordo coletivo de trabalho da categoria, melhores condições de trabalho e planos de cargos e salários. Voos não foram prejudicados por conta da manifestação.

Pedágios

Ao longo do dia, integrantes do movimento ocuparam 16 praças de pedágio pelo interior do estado e levantaram as cancelas para a passagem dos veículos. De acordo com a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), todos os demais postos ocupados foram liberados até as 16h50.

Somando as 16 praças bloqueadas, segundo a ABCR, cerca de 1.300 manifestantes tomaram parte nos protestos. O objetivo das manifestações, segundo o MST, era exigir a redução imediata das tarifas cobradas pelas concessionárias e agilidade na reforma agrária.

INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), registrou paralisação total ou parcial em 41 agências de atendimento em pelo menos oito estados. Pernambuco é o estado com o maior número de agência paralisadas, 11 no total. O INSS também informou que havia paralisação no Paraná, em São Paulo, em Alagoas, no Rio Grande do Sul, no Pará, na Bahia e em Sergipe. Os funcionários participam da paralisação do Dia Nacional de Luta, convocado por centrais sindicais e movimentos sociais.

As reivindicações

As manifestações aconteceram nesta quinta-feira em várias cidades do Brasil. No Paraná, o movimento foi organizado pelas centrais sindicais CSP Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, NCST e UGT.

No nível estadual, os trabalhadores pedem queda das tarifas do pedágio; mudança no sistema de eleição para conselheiros do Tribunal de Contas; sistema permanente de reajuste do salário mínimo regional e regulamentação da profissão de motorista.As pautas nacionais são redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial; fim do projeto de lei que amplia a terceirização; reajuste digno para aposentados; fim dos "leilões do petróleo"; investimento de 10% do PIB em educação e outros 10% do orçamento da União na saúde; transporte público de qualidade e com preço justo; e reforma agrária.

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