• Carregando...

Ciudad del Este – Agentes da Polícia Nacional do Paraguai assumiram a responsabilidade de fiscalizar o trânsito de veículos em Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu, depois que toda a corporação da Polícia Municipal foi afastada do cargo por ordem do prefeito Javier Zacarias Irún. Contra os policiais pesam acusações de achaques e cobrança indevida de multas de motoristas brasileiros.

A medida é uma das primeiras tomadas pelo prefeito esta semana, quando reassumiu o mandato, após ser reeleito. Segundo o diretor de Relações Públicas da Prefeitura, Néri Jara, a decisão do prefeito foi motivada por uma queixa formal registrada por agências de turismo brasileiras e pelo grande número de denúncias que partiam de moradores de Foz do Iguaçu, turistas, taxistas e caminhoneiros.

Jara diz que todos os cerca de 70 agentes da corporação e fiscais do transporte público serão investigados, em um prazo de um mês, e as denúncias confirmadas serão encaminhadas ao Ministério Público. De acordo com ele, há casos de agressão verbal e cobrança de multas com boletos falsos, entre outras arbitrariedades cometidas pelos policiais. "Os policiais inventavam coisas. Falavam que os motoristas não usavam cinto, não tinham extintor de incêndio no carro. Eram coisas secundárias", diz.

A maioria das abordagens era feita nas filas de veículos formadas para sair do Paraguai, principalmente no entorno da loja Monalisa, e na avenida do cassino de Ciudad del Este. Segundo os taxistas, aos sábados havia até mesmo pedágio para furar a fila, no valor de R$ 20. Para não levar multas injustas, para o que teriam de desembolsar R$ 200, os motoristas acabavam pagando de R$ 10 a R$ 20 aos policiais.

Há 15 anos trabalhando na fronteira, o motorista de turismo Elizier Alexandre ficou satisfeito com a "limpeza" na polícia de trânsito, mas lembra que em outras ocasiões os policiais foram trocados, mas três meses depois o problema voltou a ocorrer. "Com o tempo eles caem no mesmo vício, também porque ganham muito pouco", acredita.

Outros motoristas consultados pela reportagem gostaram da atitude do prefeito, mas também desconfiam da Polícia Nacional pelo histórico de corrupção. Alguns agentes da corporação respondem processos no Ministério Público por envolvimento na receptação de veículos brasileiros roubados.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]