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Depoimento de tenente reforça suspeitas contra policiais de Osasco

Menos de um hora depois da série de mortes na área de atuação desses PMs, eles chegaram simultaneamente ao estabelecimento que não frequentavam há quatro anos

O depoimento de um tenente da reserva reforçou as suspeitas contra um grupo de sete policiais que teriam participado da chacina em Osasco e Barueri, no dia 13 de agosto.

O oficial trabalha como segurança de um bar na zona norte da capital paulista e, à Corregedoria, narrou fatos que causaram estranheza: menos de um hora depois da série de mortes na área de atuação desses PMs, eles chegaram simultaneamente ao estabelecimento que não frequentavam há quatro anos.

O grupo composto por um primeiro-sargento, um cabo e cinco soldados da Força Tática do 42.º Batalhão chegou ao bar por volta das 23 horas. Mesmo integrando a tropa de elite da PM em Osasco, foram liberados do serviço no horário normal.

A praxe, segundo apontou a Corregedoria, seria que esses policiais fossem acionados em ocorrências de gravidade, mesmo estando de folga, como a morte de 18 pessoas naquela noite. Para a Corregedoria, esses PMs estavam tentando montar um álibi.

As informações embasaram o pedido para que a Justiça Militar deferisse mandados de busca e apreensão nas residências dos policiais que estavam naquela noite no bar. O objetivo seria recolher armas de fogo de uso restrito ou permitido, assim como telefones celulares, cartas, peças de roupa e outros objetos que interessassem à investigação. As buscas foram realizadas, mas seus resultados não foram detalhados.

Antes das buscas, os policiais haviam sido convocados a prestar depoimento e confirmaram terem sido liberados na noite da chacina, quando seguiram em conjunto para o bar no Parque São Domingos, zona norte.

Em diligência no local, os investigadores ouviram o tenente responsável pela segurança, que reforçou as suspeitas. Ele declarou que há o costume de os policiais militares fazerem contato prévio quando se deslocam para o bar para qualquer tipo de confraternização, o que não ocorreu naquela noite. O oficial acrescentou que não se recorda de qualquer policial do 42.º Batalhão ter comparecido ao local desde que começou a trabalhar lá.

O tenente disse ter chegado a comentar com os homens que havia ouvido notícias sobre a chacina e disse: “a área de vocês está feia”. De um dos policiais, ouviu a resposta resumida: “Tá”.

O livro de registro do bar foi apreendido e se constatou que desde 2011 os PMs não iam ao estabelecimento. Na interpretação dos investigadores, o objetivo dos policiais ou era firmar um álibi ou comemorar alguma ação que deu certo. Informações provenientes de um telefonema ao disque-denúncia relatando o mesmo fato no bar despertou a atenção da equipe.

Além desses sete policias, outros 12 PMs e mais um civil tiveram as residências vasculhadas pela Corregedoria no final da semana passada. Na segunda-feira, 24, o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, informou que celulares e documentos foram apreendidos durante as buscas.

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