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Ao abrir a audiência, a deputada Adriana Ventura (Novo-RS) também citou episódios de violência contra alunos judeus após os ataques do Hamas a Israel
Ao abrir a audiência, a deputada Adriana Ventura (Novo-RS) também citou episódios de violência contra alunos judeus após os ataques do Hamas a Israel| Foto: Reprodução/Youtube/Câmara dos Deputados

Nesta quinta-feira (9), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou uma audiência sobre "violência nas universidades por diversidade de pensamento". A audiência foi requerida e presidida pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP).

Ao abrir a audiência, a deputada citou episódios de violência ocorridos em universidades brasileiras contra alunos judeus nos últimos meses e reclamou da "ditadura do pensamento" imposta nas instituições de ensino.

“Como professora universitária, fico indignada que estudantes universitários não tenham a liberdade de pensar como queiram, não tenham a liberdade de se posicionar desejarem [...] O que está acontecendo é que existe uma ideia dominante e parece que ninguém pode pensar diferente”, disse Ventura ao enfatizar que o Brasil não pode “se sujeitar a uma ditadura do pensamento”.

Ao fazer uso da palavra, o diretor de Relações Institucionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marcelo Acácio, disse que a instituição repudia os atos de violência mas não citou a participação de integrantes da esquerda em atos de agressão contra alunos judeus ou que têm visão política alinhada à direita.

Já a diretora nacional da União Juventude e Liberdade (UJL), Letícia Perfeito, lamentou a ausência da presidente da UNE, Manuella Mirela, na audiência e denunciou a pressão de professores e alunos para a imposição de um discurso único com viés de esquerda nas escolas e nas universidades.

De acordo com dados divulgados pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisep) em fevereiro deste ano, houve um aumento de 236% nas denúncias de antissemitismo no Brasil após críticas do presidente Lula (PT) à reação de Israel contra o Hamas por conta dos ataques terroristas de outubro do ano passado.

Após os ataques do Hamas e a posição controversa do governo brasileiro, diversos casos de violência contra alunos judeus foram registrados em universidades públicas e privadas do país.

Ao participar da audiência na Comissão de Educação, nesta quinta, Bruno Bimbi, gerente de estratégia e política da StandWithUs Brasil - entidade ligada ao governo de Israel - lembrou de boicotes contra atividades da instituição por parte de ativistas pró-Palestina.

Um dos eventos cancelados por conta dos protestos ocorreu em agosto do ano passado, quando o presidente da StandWithUs Brasil, o cientista político especialista em Oriente Médio e Segurança Nacional, André Lajst, foi impedido de dar uma palestra na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) por conta do protesto de militantes ligados ao Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Em sua exposição na Comissão de Educação, apesar de condenar a violência, o diretor da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ricardo Fonseca, disse que a universidade é uma espaço qualificado para debates de ideias e não pode ser palco para “opiniões terraplanistas e negacionistas”.

Após dizer que a universidade é um lugar de liberdade, Fonseca defendeu um “filtro” para “calibrar” os “conceitos de liberdade de expressão e liberdade de pensamento”.

Por fim, o diretor culpou a “polarização política dos últimos anos” pela violência praticada por alunos, geralmente, alinhados à esquerda contra colegas que discordam politicamente.

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