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São Paulo – O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, que será processado por corrupção ativa e formação de quadrilha, afirmou ontem que considera "injusta" a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de acatar as denúncias contra ele relacionadas ao escândalo do mensalão. Dirceu, que só se pronunciou sobre o assunto por meio de uma nota em seu site na internet, voltou a dizer que acusações de chefiar a "quadrilha" que operava o esquema foram lançadas sobre ele sem nenhuma prova

"A decisão do Supremo Tribunal Federal de aceitar parcialmente a denúncia contra mim formulada pelo procurador-geral da República é injusta, mas não me surpreende, diante das circunstâncias que cercaram esse julgamento", afirmou Dirceu, que esperou até o encerramento da sessão do Supremo para comentar a decisão.

"Venho sendo prejulgado em praça pública, acusado, denunciado e agora sou réu por corrupção ativa e formação de quadrilha. Reitero o que sempre afirmei: tive o mandato cassado sem provas e agora sou réu também sem provas."

Na nota, Dirceu ressaltou que jamais abandonou a "luta política e social", além da militância no PT, apesar das acusações. O ex-ministro aproveitou para entoar mais uma vez o discurso que guiou a maioria de suas declarações desde a eclosão do caso: "Quero ser julgado o mais rapidamente possível para provar minha inocência".

Ele afirmou ainda que não aceitará que a condição de réu seja "eternizada" em decorrência da prescrição, que, segundo ele, é "totalmente indesejada". "Sou inocente e vou provar isso no julgamento a que quero ser logo submetido", afirma a nota. " Confio na Justiça e aproveitarei o julgamento para provar minha inocência e desmascarar os que hoje me acusam."

Ao insistir que não foram apresentadas provas dos crimes pelos quais será julgado, Dirceu disse que as acusações foram baseadas em declarações de terceiros, fatos não comprovados e suposições.

Na tentativa de fortalecer a tese de que será inocentado ao fim do processo, Dirceu lembrou que as acusações contra ele nos casos Waldomiro Diniz e de Santo André não prosperaram. Ele disse ainda que, com exceção dos processos abertos nos tempos da ditadura militar, nunca foi investigado ou processado.

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