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A direção do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba solicitou ajuda ao Ministério Público Federal (PMF) nesta quarta-feira (30). O hospital quer que 100% dos funcionários voltem ao trabalho imediatamente, pelo menos nas unidades críticas, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), prejudicado pela greve dos técnicos-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo a diretora de Assistência do hospital, Mariângela Honório Pedrozo, a cota de 50% dos servidores trabalhando, não é suficiente para um atendimento adequado. "Estamos com a UTI lotada (com 14 pacientes) e a falta dos funcionários põem em risco a assistência a esses pacientes", reclamou Mariângela.

O Ministério Público Federal informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que pretende entrar com uma ação civil pública para que seja mantido o número mínimo de servidores necessário para o atendimento aos pacientes. O MPF ainda não sabia o porcentual de funcionários que podem ser obrigados a retornar ao trabalho.

A expectativa da diretora era de que o atendimento na UTI fosse normalizado na tarde de quarta ou na manhã desta quinta-feira(31). Segundo Mariângela, esta é a pior greve já ocorrida no HC. "Já tivemos outras, mas nunca houve uma adesão tão grande dos funcionários das unidades críticas", complementou.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Paraná (Sinditest/PR), José Carlos Assunção Belotto, informou que está surpreso com a solicitação. "Nos reunimos com a direção do hospital ontem (terça) e acordamos o funcionamento mínimo de 50% das unidades. Para nós, por enquanto, prevalece o acordo firmado ontem", afirmou em entrevista à Rádio CBN. Segundo Belotto, a adesão deve aumentar. "Será gradual. Estamos apenas no terceiro dia de greve e a UFPR é muito grande", concluiu.

Reflexos

A greve dos técnico-administrativos da UFPR começou na manhã de segunda-feira (28) e conta com a adesão de aproximadamente 50% dos 3,5 mil funcionários. Nesta quarta, foram realizadas sete cirurgias, mas a média diária é 40. Nos três dias da paralisação, o hospital realizou 47 cirurgias. A grande dificuldade é a falta de enfermeiros e de técnicos de instrumentação. As cirurgias suspensas serão remarcadas para daqui um mês ou até seis meses.

As internações estão suspensas e o Restaurante Universitário (RU) está deixando de servir as refeições aos estudantes e funcionários. O tempo de espera nas filas, para reagendamentos de consultas, tem sido de duas a três horas.

Os grevistas ameaçam deixar apenas 30% dos servidores trabalhando na próxima segunda-feira (4), se as reivindicações da categoria não forem atendidas.

Reivindicações

As principais reivindicações são relacionadas a medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Um dos artigos inibe o aumento de salários, o que prejudicaria o Plano de Cargos e Salários. De acordo com o programa, durante dez anos o gasto com a folha de pagamento do serviço público só poderá aumentar 1,5% ao ano, além da reposição da inflação.

A categoria também protesta contra o projeto que pretende desvincular os hospitais universitários (HUs), como o Hospital de Clínicas da UFPR, das universidades federais. Os HUs passariam a ser geridos por uma fundação estatal.

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