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Dono do brinquedo afirmou que ele próprio havia fabricado o kamikaze de forma artesanal

O dono do brinquedo kamikaze, que se partiu ao meio e deixou dez pessoas feridas na tarde de domingo (22), em Castro (Campos Gerais), disse que o aparelho foi fabricado de forma artesanal, por ele mesmo. Em entrevista ao telejornal ParanáTV, Claudinei de Moura explicou que fez testes com sacos de areia para avaliar se o brinquedo poderia ser utilizado. "Eu que fiz. Há 15 anos eu faço brinquedos".

Por outro lado, o dono do kamikaze não soube explicar o que uma pessoa precisa saber para fazer esse tipo de aparelho. "Não sei nem explicar. Eu faço brinquedos, sei como que é", disse. Depois que ficam prontos, os brinquedos passam por avaliações feitas por ele mesmo. "A gente carrega com sacos de 60 e 80 quilos e deixa uma semana rodando. Fica testando uma semana, mais ou menos", afirmou Moura.

O dono do brinquedo disse ainda que o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) nunca fez fiscalizações nos aparelhos fabricados por ele. O delegado Getúlio de Moraes Vargasouviu dez pessoas no inquérito que apura as causas do acidente, inclusive Claudinei de Moura.

"Ele falou que tudo estava em ordem e que a autorização para todos os brinquedos funcionarem no local seriam providenciadas pelo organizador do parque", disse o delegado Vargas à Agência Estadual de Notícias (AEN). Segundo informações do site do governo, cada brinquedo do parque pertencia a um dono diferente. O responsável pela organização do local está sendo procurado pela polícia, mas ainda não foi localizado. De acordo com o delegado, o Corpo de Bombeiros não fez vistoria no parque porque não teria sido procurado.

O parque foi montado para as comemorações do aniversário de 305 anos de Castro. Depois do acidente, todos os brinquedos foram interditados pela Polícia Militar (PM). Na tarde de segunda-feira (23), uma equipe do Instituto de Criminalística esteve no local para fazer a perícia no brinquedo. O laudo final, que deverá apontar as causas que levaram à quebra do equipamento, tem prazo mínimo de 15 dias para ficar pronto.

Estado grave

O kamikaze funciona como uma espécie de pêndulo, que faz giros de até 360 graus e paradas que deixam as pessoas de cabeça para baixo nas cabines. Dez pessoas ficaram feridas depois que o brinquedo partiu ao meio, derrubando os ocupantes, por volta das 15h50 de domingo. Todas as vítimas, que têm entre 12 e 18 anos de idade, foram encaminhadas ao Hospital Ana Fioriolo Menarin, em Castro. Nove delas foram liberadas no mesmo dia. Bruno Ramon Pereira, de 15 anos, teve fraturas múltipas e teve de ser transferido para o Hospital Bom Jesus, de Ponta Grossa.

Segundo boletim médico divulgado nesta terça-feira (23), Pereira permanece internado em coma induzido e com quadro neurológico grave. De acordo com o médico Marcelo Tessari, que assina o documento, o menino continua entubado e respira com ajuda de aparelhos.

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