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O proprietário e o gerente do restaurante Filé Carioca, respectivamente os irmãos Carlos Rogério e Jorge Amaral, não se apresentaram neste sábado (15) à Polícia Civil do Rio de Janeiro para depor. O inquérito apura a explosão que destruiu o estabelecimento, matou três pessoas e feriu outras 17 na última quinta-feira.

O advogado de ambos, Bruno Castro, esteve na 5ª Delegacia de Polícia (Cidade Nova) e apresentou a versão segundo a qual Jorge estava dentro da loja quando ela explodiu. O gerente, de acordo com seu defensor, sofreu fratura de costelas e estaria com dificuldades de locomoção, enquanto o Carlos Rogério estaria sob efeito de remédios, devido ao abalo emocional sofrido por causa da tragédia. Por esses motivos, não se apresentaram para depoimento.

De acordo com Castro, Jorge era o responsável por abrir o restaurante. Quando chegou para trabalhar, na manhã de quinta-feira passada, teria encontrado uma das portas abertas. "Ele entrou e encontrou as luzes apagadas. Abaixou-se atrás de um balcão para pegar um banco e houve a explosão", afirmou o advogado. A versão do gerente contradiz o depoimento de uma funcionária, Michele Medeiros dos Santos, que contou que entrou no restaurante e as luzes estavam acesas. Michele também relatou que era forte o cheiro de gás e contou que dois funcionários que acabaram mortos pela explosão estavam no local. Os dois morreram porque estavam na porta do restaurante quando tudo explodiu.

Castro voltou a afirmar que o restaurante tinha autorização da prefeitura para funcionar e disse ainda que o local de armazenamento dos cilindros de gás era arejado, apesar de os botijões ficarem no subsolo. O síndico do Edifício Riqueza, onde ficava o Filé Carioca, José Nogueira, porém, já afirmou que todos os condôminos sabiam que era proibido usar gás no prédio. O Filé Carioca funcionava no prédio desde 2008, com alvarás provisórios que eram periodicamente renovados.

O delegado Antônio Bonfim, da 5ª Delegacia de Polícia (Cidade Nova), quer analisar as imagens do circuito interno do restaurante, que podem desvendar em que horário e como entravam os cilindros de gás usados pelo estabelecimento, que não trabalhava com gás canalizado. O delegado investiga ainda se o restaurante tinha uma entrada clandestina para a passagem de botijão e cilindros de gás. Os bombeiros apontam um vazamento de gás como provável causa da explosão no restaurante localizado no térreo, que atingiu até o nono andar do edifício, no centro do Rio. A Companhia Distribuidora de Gás do Rio informou que desde 1961 não fornecia gás canalizado para o edifício.

De manhã, o delegado havia dito que as imagens estavam preservadas. Mas o advogado esclareceu que apenas o HD de um dos computadores do restaurante armazenava as gravações. Esse HD está sob os escombros. Castro comprometeu-se a apresentar os clientes na segunda-feira, 17, às 15 horas.

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