Educação é uma das áreas mais ricas em estatísticas, mas falta cruzá-las. "A estatística é uma fotografia da realidade e traz informações importantes. O Brasil levanta muitos dados lineares, mas faz pouca análise cruzando dados, o que faz com que os números não representem uma realidade mais ampla", diz a professora do Departamento de Educação da UFPR e membro do conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Araci Asinelli-Luz. Não há estudos, por exemplo, sobre a quantidade de alunos com doença crônica, apenas algumas pesquisas acadêmicas. "Esses estudantes são colocados todos num mesmo caldeirão, que é a sala de aula, e muitas vezes têm dificuldade no aprendizado por causa da doença."
Outro levantamento que não existe é sobre as relações entre família e escola. "Saber qual a configuração da família, quantos vivem apenas com o pai ou a mãe, ajuda a responder e resolver questões de repetência".
Para o presidente-executivo do movimento Todos pela Educação, Mozart Neves Ramos, a educação é uma das poucas áreas em que há estatísticas completas e confiáveis. "Pelo Censo Escolar podemos ter uma avaliação completa de cada escola do Brasil." Uma lacuna apontada por ele são dados referentes ao alfabetismo.
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