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Sepultamentos descobertos no Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí, poderão reforçar a busca por respostas científicas para um hiato que marca as pesquisas sobre a ocupação humana nas Américas. Há décadas, antropólogos se perguntam como teria ocorrido a suposta substituição de uma população pré-histórica por outra no continente. A tese surgiu com os estudos do crânio de Luzia, descoberto na década de 1970 e considerado até o momento a primeira brasileira e o primeiro fóssil humano das Américas.

A jovem mulher que viveu há aproximadamente 11 mil anos na região de Lagoa Santa (MG) tinha feições negróides e era, provavelmente, descendente da primeira migração da Ásia, com características distintas dos índios modernos.

Equipes da Fundação Mu­­seu do Homem Americano (Fumdham) empreenderam prospecções em 2008 e 2009, que resultaram no cadastro de 110 sítios arqueológicos. Em dois deles, escavações revelaram esqueletos de indivíduos adultos e crianças e fragmentos de ossos humanos queimados.

A importância da descoberta está nas primeiras datações obtidas no início de 2010: entre aproximadamente 5 mil e 8 mil anos atrás. É justamente nessa faixa cronológica que os pesquisadores acreditam que no continente passou a habitar uma população com características mongolóides dos povos indígenas brasileiros.

Os estudos mais avançados nessa direção estão sendo coordenados por professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) a partir de esqueletos encontrados no sítio Caixa D’Água, em Buritizeiro, no norte do estado. Descoberto no início dos anos 1980, o sítio teve a exploração encerrada em 2007. De lá foram retirados 45 esqueletos adultos e encaminhados para o Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos da Uni­ver­­sidade de São Paulo (LEEH/USP), que será responsável por indicar as características morfológicas desses antigos americanos.

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