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 | Luigi Poniwass/Gazeta do Povo
| Foto: Luigi Poniwass/Gazeta do Povo

O homem de 46 anos que foi baleado pela Polícia Militar (PM), em pleno Centro de Curitiba, na tarde de terça-feira (23) não havia assaltado um supermercado, mas tinha saído do estabelecimento sem pagar pelos alimentos, que somavam R$ 80. Diferentemente da versão apresentada pelos policiais, o acusado disse em depoimento que estava desarmado. O homem foi preso, indiciado por furto e resistência à prisão. Apesar de ter sido atingido no peito, ele não corre risco de morrer.]

Segundo as investigações da Polícia Civil, o acusado havia selecionado alguns produtos alimentícios – como café, bananas e limões – no Mercadorama, localizado à Rua Mariano Torres. Ele se aproveitou do descuido de uma das atendentes e saiu do mercado sem pagar pelos itens. O homem deixou o estabelecimento a bordo de seu carro, um Palio vermelho.

Uma viatura da PM que se deslocava para uma audiência em um fórum do Centro Cívico foi avisada por um motociclista de que o motorista do Palio Vermelho teria “assaltado” um mercado. Assim que os policiais localizaram o carro trafegando na Avenida Cândido de Abreu, passaram a perseguir o suspeito – já com a sirene e o giroflex da viatura ligados.

Assustado, o suspeito fugiu com o carro por algumas ruas, chegando a furar alguns sinais. De acordo com as investigações, quando a acusado finalmente parou o carro em um cruzamento, um dos policiais deu um tiro no pneu traseiro do Palio. O outro PM teria disparado pelo menos duas vezes contra a traseira do automóvel.

Assim que o sinal abriu, o homem arrancou com o carro novamente, mas parou poucas quadras adiante, no cruzamento da Rua Doutor Faivre, com a Amintas de Barros. Ele teria descido do carro e indicado que havia sido ferido por um dos disparos efetuados pelos policiais. O suspeito foi encaminhado ao Hospital Cajuru, onde passou por cirurgia e passa bem.

Versões conflitantes

Para a PM, o suspeito resistiu à prisão e teria ameaçado os policiais. Em entrevista ao portal Paraná Online, o tenente Bittencourt, do 20.º Batalhão da PM, disse que o homem fez menção de atirar na equipe. “Em meio aos veículos, ele acabou batendo no meio-fio, sacou uma arma de fogo e teve confronto com a equipe policial”, disse.

Posteriormente, a PM apresentou um simulacro de arma de fogo, garantindo que este havia sido apreendido com o suspeito. Em depoimento à Polícia Civil, o homem negou que portasse a arma falsa ou que tivesse feito qualquer menção que desse a entender que estaria armado. Não houve, portanto, troca de tiros, como os policiais militares fizeram supor.

“Ele confessou que furtou os gêneros alimentícios, se valendo de um descuido da funcionária que estava ao caixa e disse que fugiu porque achou que os policiais fossem atirar contra ele ou que iam matá-lo. Ele também negou que estivesse com o simulacro”, disse o delegado Geraldo Celezinski, do 1.º Distrito Policial, responsável pelas investigações.

O suspeito já tinha passagem pela polícia por furto e receptação de produtos roubados. Ele foi indiciado por furto e resistência à prisão e, por ter antecedentes criminais, permanece preso. O homem está detido no Complexo Médico Penal, sob cuidados.

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