• Carregando...

Advogados do empresário amazonense Omar Melo Júnior, que fretou o Bandeirantes que caiu no sábado no rio Manacapuru matando 24 de seus 28 ocupantes, buscam dados para entrar com uma ação contra a empresa Manaus Aerotáxi por ter vendido vagas no avião fretado por ele por R$ 8 mil. "Ele (Omar) jamais iria botar a família em risco, sabia que os 17 parentes e outros seis amigos, entre eles crianças pequenas, podiam ir com segurança para seu aniversário em Manaus. Mas por que a empresa vendeu mais cinco passagens?", questionou uma fonte ligada ao empresário. "Se era superlotação ou adulteração de combustível há de ser investigado o que é absurdo é uma superlotação em um voo fretado".

O avião Bandeirantes tem capacidade para até 20 passageiros e um total de 5.760 quilos. Dos parentes de Melo, só os irmãos Erick da Costa Liberal, de 23 anos, e Yan da Costa Liberal, de 9 anos, sobreviveram. Uma das sobreviventes, a contadora Ana Lúcia Reis Lauria, de 43 anos, disse que sua passagem foi comprada pela prefeitura de Coari, onde presta serviços. "Não fui de carona, a empresa cobrou pelas passagens. Não tinha nem ideia que o voo era fretado, mas depois do acidente estranhei saber que venderam passagens em um voo particular", disse.

A assessoria da empresa Manaus Aerotáxi foi procurada pela reportagem para comentar o motivo de ter vendido vagas além da capacidade do avião em um voo fretado para levar 23 pessoas. Segundo um assessor do Centro Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes (Ceripa), os cinco técnicos que estavam em Manacapuru retornaram hoje a Manaus, onde devem continuar as investigações.

Amanhã chegam às instalações do Ceripa os motores, turbinas e componentes eletrônicos do avião. O charuto (corpo da aeronave) não deve ser trazido a Manaus por conta das dificuldades de transporte. Como os voos da Manaus Aerotáxi estão suspensos desde o acidente, apenas uma empresa está fazendo voos para Coari, três vezes por semana. Amanhã o presidente da Associação da Região Norte de Parentes e Vítimas de Acidentes Aéreos (Arenpavaa), Camilo Moyses Barros, vai ao município. "Várias famílias têm nos ligado para saber como andam as investigações e como proceder quanto a indenizações. Estão praticamente isoladas sem acompanhamento da empresa no município", disse.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]