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Uma nova modalidade de cursinho preparatório para o vestibular começou a figurar no catálogo dos sistemas de ensino: o pré-Enem. A modalidade, presente em todo o país, é resultado da crescente adesão das universidades federais ao Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) como forma única de seleção para ingresso nas instituições.

No ano passado, 59 universidades e institutos federais utilizaram a nota do Enem em seus processos seletivos, 20 deles como critério único para preenchimento das vagas. A adesão levou 4,6 milhões de candidatos a se inscreverem para a prova, um número 30 vezes maior do que os 157 mil estudantes que participaram da primeira edição, em 1998.

É de olho nesses vestibulandos que os cursinhos têm montado suas turmas de pré-Enem. De acordo com os coordenadores pedagógicos, as aulas sob medida dão menos ênfase a fórmulas e "decorebas" e apostam na contextualização dos assuntos e na interpretação e produção de textos.

Em Fortaleza, no Ceará, o curso X da Questão começa a primeira turma neste mês. As aulas serão oferecidas àqueles que buscam uma vaga na Universidade Federal do Ceará (UFC), que usa o Enem como critério único de seleção desde o ano passado. Em Belém, no Pará, este é o segundo ano que o Equipe Vestibulares oferece a modalidade. "Antes, nossa procura aumentava apenas às vésperas da prova, lá por agosto. Agora, desde o início do ano já temos interessados", diz a orientadora pedagógica Nayara Rocha de Souza.

Para conseguir uma vaga no concorrido curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a estudante Lu­­ciana Rancanti, 18 anos, matriculou-se em um pré-Enem de Belo Horizonte. "Ano passado, fiz um cursinho convencional. Daí, quando a UFMG aderiu ao Enem, não deu tempo de eu me preparar. Agora, estou focada, aprendendo a inter-relacionar matérias. No Enem, uma mesma questão pode cobrar conteúdos de física e química", explica. Luciana é aluna da rede In­­teracursos, que tem 3 mil alunos de Enem espalhados por 140 cidades, em salas presenciais e telepresenciais.

Apesar da proliferação de cursos específicos para o Enem, há quem discorde desta nova necessidade. Para o diretor do Colégio Master de Cuiabá, Paulo Roberto de Andrade, a preparação para o Enem não deve ser muito diferente da convencional. "Na essência, continua a ser um vestibularzão, com prova conteudista e longa."

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