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No início dos anos 70, o economista norte-americano Milton Friedman, ganhador do prêmio Nobel de Economia, se notabilizou como o primeiro grande intelectual a defender abertamente a liberação de todas as drogas. Usando princípios econômicos, ele defendia que o tráfico jamais seria extinto enquanto o comércio de narcóticos fosse considerado crime. "Enquanto houver grandes somas de dinheiro envolvido – o que invariavelmente ocorre se as drogas são ilegais – não há esperança em almejar o fim do tráfico, ou mesmo um redução vigorosa", declarou.

Desde então, o uso da economia como forma de explicar a persistência do tráfico se popularizou. No best-seller Freakonomics, os autores Steven Levitt e Stephen Dubner relatam a criação do crack a partir de pressões do mercado consumidor. Segundo os autores, esta droga foi desenvolvida de forma a se tornar mais barata que a cocaína em pó e com isso atender as classes mais pobres.

Para o economista José Guilherme Vieira, professor da Universidade Federal do Paraná, a liberação da venda legal evitaria o surgimento de drogas pesadas, como o crack e o óxi. "A livre negociação entre produtores e vendedores baratearia o preço para o consumidor final. Com isso, os usuários não precisariam buscar alternativas de preço menor, como o crack", relaciona.

Outro benefício, segundo Vieira, é a possibilidade de o governo passar a cobrar imposto sobre a venda. "Hoje, o uso traz apenas gastos ao governo, por causa dos programas de recuperação. A legalização permitiria ao Estado taxar fortemente as drogas, semelhante ao que ocorre com o cigarro. Com isso, haveria dinherio para financiar as campanhas de alerta e o tratamento dos dependentes", afirma.

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