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A unidade da América Latina do HSBC Climate Partnership funciona em reserva do litoral: pesquisa demorada | Valterci Santos/Gazeta do Povo
A unidade da América Latina do HSBC Climate Partnership funciona em reserva do litoral: pesquisa demorada| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

As reações da mata

O foco da pesquisa feita pelo HSBC Climate Partnership é o mesmo nos cinco centros que integram o programa. No entanto, como a biodiversidade e o comportamento das florestas são diferentes em cada região do globo, a forma como a pesquisa é realizada varia de um centro para outro.

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Preocupação que reverte em lucros

Um dos objetivos do HSBC Climate Partnership é engajar os colaboradores do banco como voluntários em ações que contribuam para a redução dos impactos das mudanças climáticas. Dentro desta proposta, desde o início do programa, a Reserva Natural Rio Cachoeira já recebeu cerca de 300 colaboradores de toda a América Latina.

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  • Folhas e outros materiais que caem das árvores são estudados em laboratório
  • Alojamentos oferecem boa estrutura para pesquisadores

É cada vez maior a aproximação entre a comunidade científica e o setor empresarial para estimular o desenvolvimento sustentável, a preservação do meio ambiente e a geração de negócios verdes. Esse movimento, em parte, é resultado da pressão de clientes, consumidores e até investidores, que consideram questões socioambientais no momento da escolha de produtos e de investimentos. Mas também reflete a preocupação de grandes corporações com a questão ambiental.

Neste contexto, as mudanças climáticas surgem como um campo fértil para o desenvolvimento de projetos. Um exemplo é o programa HSBC Climate Partnership. Trata-se de uma parceria entre o Grupo HSBC e quatro organizações ambientais internacionais: Earthwatch, The Climate Group, Smithsonian Tropical Research Institute e WWF.

Em 2007, essas instituições se uniram para conduzir o maior programa no mundo de pesquisa de campo sobre as mudanças climáticas em longo prazo. É um trabalho global, de cinco anos, para determinar como as florestas estão sendo afetadas pelas mudanças climáticas. Para isso, centros climáticos foram criados na China, Índia, Estados Unidos, Reino Unido e Brasil.

A unidade regional da América Latina está localizada na Reserva Natural Rio Cachoeira, que fica em

Antonina, no litoral do Paraná. A reserva está dentro do maior trecho contínuo de Mata Atlântica no Brasil, abrange aproximadamente 8,7 mil hectares e possui 200 quilômetros de trilhas. Ela é mantida pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), que coordena uma série de pesquisas na reserva.

O trabalho feito pelo HSBC Climate Partnership é focado nos efeitos causados pelas mudanças climáticas na floresta. "Nós estudamos o comportamento da floresta com relação às mudanças do clima, como a quantidade de chuvas e a temperatura", explica o biólogo Ricardo de Britez, coordenador de projetos da SPVS.

Segundo ele, o aumento da temperatura média do planeta e a mudança no regime de chuvas têm influência direta no desenvolvimento das plantas. "A gente consegue perceber, por exemplo, que uma determinada espécie não floresce em determinada temperatura. Se ela não floresce, ela não vai se reproduzir."

Para estudar essas causas e efeitos, são necessários muitos anos. Por isso, de acordo com Britez, apesar de a pesquisa estar em seu quarto ano, não é possível adiantar qualquer resultado. "Estamos em fase de recolhimento de informações, que ainda serão analisadas e colocadas em modelos matemáticos para só então gerar os indicativos."

A pesquisa atinge seu objetivo inicial em 2012, quando os resultados vão permitir saber qual será o futuro da Mata Atlântica se o planeta continuar sofrendo alterações no clima. A partir dos resultados, serão sugeridas políticas públicas, num trabalho conjunto entre o poder público e instituições ambientais.

Estrutura- Laboratório a céu aberto

Áreas protegidas como a Reserva Natural Rio Cachoeira são de extrema importância para o entendimento e a preservação desses meios. A reserva serve como um verdadeiro laboratório para pesquisadores e tem uma estrutura preparada para receber essas pessoas.

A unidade conta com dois alojamentos, um mantido pela Earthwatch, que recebe os participantes do HSBC Climate Partnership, e outro da SPVS, que aloja pesquisadores, estudantes e voluntários. Ambos são equipados com cozinhas e sanitários, celular, sistema de rádio e acesso à internet.

De acordo com Ricardo de Britez, boa parte dos cerca de 30 funcionários que a reserva emprega mora em comunidades próximas. "Os guias, guardas e técnicos são em boa parte nativos que conhecem bem a reserva. Isso ajuda muito no trabalho dos pesquisadores."

A reserva abriga também o Centro de Educação Ambiental, onde podem ser obtidas informações sobre as três reservas mantidas pela SPVS no litoral do Paraná. O centro é aberto à visitação e conta com uma pequena biblioteca, espaço para eventos, além de uma exposição permanente sobre os projetos de sequestro de carbono. A área do CEA tem ainda uma trilha de 1,8 mil metros para atividades de educação ambiental.

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