A estudante de 23 anos que foi baleada no Morro do Boi, em Caiobá, litoral paranaense, no dia 31 de janeiro, teve alta no fim da tarde desta segunda-feira (23). Ela saiu do Hospital Vita, de Curitiba, onde estava internada desde o dia 2 de fevereiro, por volta das 17h30, no carro da família. A jovem deixou o quarto acompanhada do pai e da irmã.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, ela apresentou melhoras nos últimos dias e já não fazia mais uso de calmantes ou analgésicos fortes. Apesar de conseguir fazer alguns movimentos nos membros inferiores, a estudante contou à reportagem da Gazeta do Povo que está sem sensibilidade alguma nas pernas e nos pés.
A jovem disse, ainda, que passará por tratamento de reabilitação no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília. Depois disso, afirmou, pretende retornar à rotina que tinha antes do incidente no Morro do Boi.
Na saída do hospital, ela garantiu não ter dúvidas de que o suspeito preso no último dia 17, em Pontal do Paraná, foi o criminoso que a baleou e tentou estuprá-la, além de ter matado o namorado dela.
Polícia muda versão de crime
Na sexta-feira (20), uma nota divulgada pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp) mostrou que houve uma mudança na investigação do caso. Segundo o texto, o homem preso acusado de matar o namorado da estudante e tentar violentá-la deve responder pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte), termo que ainda não havia sido citado até então.
Outro ponto importante do caso também ganhou uma outra versão: o homem não teria estuprado a universitária, e sim cometido atentado violento ao pudor, ou seja, tocado nas partes íntimas da vítima sem chegar ao ato sexual.
Depois que o resultado do exame que comparou material genético do suspeito com o de uma mancha de sangue em uma camiseta encontrada na trilha do Morro do Boi deu negativo, a polícia também descartou a peça como prova criminal.
O advogado de defesa do suspeito, Nilton Ribeiro, ficou indignado com a mudança na tipificação do crime, o que, segundo ele, foi uma manobra da polícia para que o caso não fosse a júri popular. "Se hoje ele fosse julgado em júri, seria absolvido. Disseram que foi latrocínio, e não homicídio, para que o processo corra normalmente e seja julgado por apenas um juiz e um promotor e não por um júri de sete pessoas", disse. Ribeiro disse ainda que não há provas de roubo, que as testemunhas ouvidas foram coagidas e que o cliente nega veemente ter cometido o crime.
Tragédia
O crime aconteceu na tarde do dia 31 de janeiro, quando a jovem e o namorado, Osíris Del Corso, estavam em uma trilha no Morro do Boi e tentava chegar à Praia dos Amores. No caminho, os dois foram atacados.
Era por volta das 17h30, quando o namorado levou um tiro no peito e morreu. A moça foi atingida por um tiro nas costas e ficou caída no local, enquanto o agressor fugiu. Perto das 21 horas, segundo relatos da própria vítima aos bombeiros que a resgataram, o agressor voltou até o local do crime e a violentou. Os dois só foram localizados na tarde de domingo (1º). A jovem esperou por 18 horas na mata até ser resgatada.
No dia 10, a Polícia Civil divulgou o retrato falado do homem que seira o autor do crime, feito com base nas conversas de policiais com a jovem. Sete dias depois, um homem com características semelhantes ao do retrato foi preso como suspeito de cometer o crime.
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