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Mesmo com Paraná e Mato Grosso do Sul fora do mercado internacional, por conta do ressurgimento da febre aftosa e conseqüentes embargos internacionais, o Brasil obteve em maio um recorde histórico no faturamento com as exportações de carne bovina. Os embarques do setor no mês passado somaram US$ 350 milhões (cerca de R$ 770 milhões), um crescimento de 21,5% sobre os US$ 288 milhões de maio de 2005.

O anúncio foi feito nesta terça-feira, em Londrina, pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), Marcus Vinícius Pratini de Moraes, na abertura do 4.º Congresso Brasileiro de Soja, do qual era palestrante. O recorde no faturamento se deve ao aumento do preço do produto. Em volume, as exportações brasileiras em maio foram 7,4% inferiores ao mesmo período do ano passado – 200 mil toneladas, contra 216 mil em 2005.

Segundo Pratini, que foi ministro da Agricultura no governo Fernando Henrique Cardoso, a maioria dos países que haviam embargado totalmente a compra da carne brasileira por causa do ressurgimento da aftosa já limitaram essa medida apenas ao produto proveniente de Paraná e Mato Grosso do Sul. Com isso, esses dois estados puderam se concentrar no fornecimento ao mercado interno e os demais, à exportação.

Sem consistência

O ex-ministro criticou os 56 países que adotaram o embargo contra o Brasil, considerado por ele uma barreira comercial camuflada. "Nenhuma restrição às exportações brasileiras tem consistência, porque só exportamos carne maturada e desossada." A permanência do vírus da aftosa em carnes que passaram por esses processos é praticamente impossível.

Pratini disse esperar que o Chile, um dos poucos países que ainda mantêm o embargo total, retire a barreira o quanto antes. Ele atribuiu o crescimento das exportações à abertura de novos mercados. Hoje, a carne brasileira chega a 180 países. "O mundo precisa do nosso produto. Eles não têm de quem comprar nas condições de preço e qualidade que oferecemos."

Histórico

Entre o final de 2005 e o início deste ano, o Paraná teve confirmados pelo Ministério da Agricultura focos de febre aftosa em sete fazendas, das regiões Noroeste, Norte e Central. Para erradicar esses focos, foram sacrificados 6.781 animais nas propriedades atingidas.

O jornalista viaja a convite da Embrapa Soja

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