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Valéria, 48 anos, desempregada, saiu há 3 meses de São Paulo e se mudou para Londrina onde foi a mais recente vítima de um golpe que se espalha pelo País: o do falso seqüestro. Ontem, às 6h45, Valéria foi acordada por uma ligação a cobrar em sua casa, na zona sul de Londrina. "Mãe, pelo amor de Deus! Me pegaram, me assaltaram, tô numa favela mãe! Eles querem dinheiro!", dizia a voz que ela acreditou ser do filho Gustavo, 19 anos.

O apelo foi interrompido por um homem que tomou a linha e, chamando-a de "tia", deu o recado: "Se não der R$ 50 mil vamos picar o seu filho e entregar ele em pedaços para você. Vai morrer, vai morrer", ameaçava o criminoso anunciando-se como membro do PCC.

"Era o meu filho, a voz era dele, não tinha dúvida", conta Valéria, mãe de três filhos, dos quais Gustavo é o único que mora em Londrina. Ele havia acabado de sair de casa para trabalhar.

Na negociação de cerca de 40 minutos, Valéria conseguiu baixar o valor do resgate para R$ 10 mil. O bandido exigiu que ela mantivesse o celular desligado (para evitar outros contatos) e fez o roteiro: "Vamos ficar com você no telefone até as 10 horas, quando o banco abre. Na porta, duas mulheres vão te esperar. Uma entra na agência contigo e a outra fica na porta. Seu filho vai ser libertado numa praça", prometeu. Somente mais tarde, Valéria se daria conta de que os bancos em Londrina abrem apenas às 11 horas da manhã.

Ela se desesperou tanto que chegou a dizer aos bandidos que "entendia" a situação deles e que a vida era difícil para todos. Sob pressão, escrevia para uma tia num papel, enquanto os bandidos permaneciam na linha. A tia avisou à mãe de Valéria que então conseguiu ligar para Gustavo. Ela, porém, não acreditou de início. Só após perceber que o filho estava na linha com a mãe desligou finalmente o telefone. Os criminosos ligaram tantas vezes que ela tirou o telefone da tomada e trocou o número.

A Polícia Civil orienta as pessoas que possuem identificador de chamada a só receberem ligações a cobrar de conhecidos. Em caso de atenderem uma ligação como a de Valéria, a primeira providência deve ser tentar um contato com a suposta vítima.

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