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Curitiba – O programa de planejamento familiar do governo não oferece à população subsídios para escolher o que é o melhor em cada caso. Esse é o principal argumento de quem critica a prescrição sem limites de contraceptivos e a facilitação de cirurgias, como a vasectomia, incluídas no conjunto de medidas divulgadas ontem pelo Ministério da Saúde.

A obstetra e ginecologista em Curitiba Luciana Basgal Pessoa der Bedrossian defende que a primeira preocupação do governo deveria ser educar na afetividade. Para a especialista, as medidas adotadas até agora apenas estimulam a banalização dos relacionamentos. Ela lembra ainda que muitas pessoas se arrependem de terem feito laqueadura ou vasectomia. "São métodos irreversíveis. Atendemos muitas pessoas que se arrependeram, muitas delas porque não tiveram orientação do médico", afirma.

Para a assistente social Eliane Glasmeyer, da vara de família do fórum Araucária, as medidas são equivocadas. "O governo não faz um trabalho de educação sobre planejamento familiar. É muito mais fácil fazer um milhão de mulheres dependentes de pílula a conscientizar e ensinar. As pessoas de baixa renda vão tomar a pílula sem saber o motivo. E existe preconceito em relação a esse público. Quando têm acesso à informação, essas pessoas são tão capazes quanto nós de escolher", afirma.

Mesmo simpatizante ao programa do governo, a psicóloga Lídia Weber, professora do departamento de psicologia da UFPR, concorda que faltam campanhas de conscientização. "A questão da liberdade sexual é confusa, principalmente para os adolescentes. Ficar parece bom, moderno. Mas essa prática traz confusão, porque as pessoas querem mesmo o compromisso. Existe uma pressão social ao sexo casual", define.

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